Por LUSA/RTP
O Presidente são-tomense foi condecorado pelo homólogo equato-guineense com a medalha da Grande Cruz da Ordem da Independência da Guiné Equatorial, “pela contribuição no processo de adesão e integração” daquele país na CPLP.
Segundo uma publicação da Presidência da República são-tomense no Facebook, a condecoração de Carlos Vila Nova foi feita através de decreto do Presidente equato-guineense, Obiang Nguema Mbasogo, e aconteceu no dia em que a Guiné Equatorial celebrou os 10 anos da sua adesão e integração na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A entrada da Guiné Equatorial, país falante de espanhol, como Estado-membro foi aprovada na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP que decorreu em 23 de julho de 2014 em Díli, Timor-Leste.
Para comemorar foi realizada uma sessão em Malabo, capital da Guiné Equatorial, com a presença do chefe de Estado são-tomense, que detém a presidência rotativa da CPLP, e também dos embaixadores representantes dos Estados-membros junto da CPLP e, em representação do secretário executivo, do diretor-geral, Armindo Brito Fernandes.
Na segunda-feira, antes de viajar para a Guiné Equatorial, o Presidente são-tomense destacou a abolição da pena de morte e a institucionalização do português como língua oficial na Guiné Equatorial como ações daquele país para se aproximar dos “critérios de vivência dentro da CPLP”.
Questionado pela Lusa sobre a situação dos Direitos Humanos na Guiné Equatorial face às críticas apontadas àquele país, Carlos Vila Nova disse que vê a questão “de forma relativa” e comparou com os Estados Unidos da América, que é uma “grande Nação da democracia, exemplo da democracia” e “tem pena de morte em alguns Estados”, mas convive-se com isso.
“A Guiné Equatorial, tanto quanto sei, antes mesmo da Cimeira de São Tomé, já tinha ratificado a exclusão da pena de morte na sua Constituição. Mesmo quando tinha, recordo-me que nos últimos 20 anos não foi executado ninguém, o que não acontece com outras Nações. Não estou a fazer comparações para justificar. Eu creio que eles estão a fazer uma caminhada, estão a fazer um exercício para se aproximar daquilo que são os critérios de vivência dentro da CPLP, se nós podemos contribuir para isso, faremos, ajudaremos”, declarou.
O chefe de Estado são-tomense referiu que a Guiné Equatorial cumpriu várias etapas e acabou por adotar o português como uma das três línguas oficiais.
“Na verdade, não há de faltar grande coisa (no processo de integração). Sempre há aqueles pormenores, por exemplo, nós temos que reconhecer que a Guiné Equatorial nunca será nos próximos tempos um país a falar fluentemente o português. Mas esse exercício está a ser feito (com a) introdução na administração pública, introdução nas escolas, portanto, isso leva algum tempo. São atos geracionais”, referiu Calos Vila Nova.
Vila Nova assegurou que “a CPLP tem contribuído politicamente de forma a facilitar a integração da Guiné Equatorial e a Guiné Equatorial está a fazer esse processo”.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.