Por LUSA/RTP
Cerca de 40 passageiros ficaram domingo impossibilitados de viajar entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe, após cancelamento do voo da companhia gabonesa Afrijet, que acusam de não assumir responsabilidades, disse um dos lesados à Lusa.
Em declarações à Lusa, no aeroporto de São Tomé, Conceição Moreno disse que o voo estava previsto para domingo, às 09:00 locais (mais uma hora em Lisboa), e, já depois de feito o ‘check-in’, a viagem foi adiada para as 12 horas e depois para as 12:30, devido ao mau tempo na ilha do Príncipe.
Segundo o seu relato, horas depois, e sem novas informações, apesar da melhoria do tempo na ilha do Príncipe, que permitiu inclusive a realização do voo da outra companhia, os passageiros questionaram a agência Afrijet e foram informados que deveriam abandonar a sala de embarque, porque o piloto decidiu seguir o voo direto para Libreville, Gabão, por já não ter tempo para ir e regressar da ilha do Príncipe.
Os passageiros dizem ter entendido a situação, mas exigiram que a agência assumisse as responsabilidades, com a acomodação, alimentação ou voo alternativo, o que não foi aceite, apesar de ser sua obrigação, disse a fonte.
Conceição Moreno, que é deputado à Assembleia Nacional, pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), pelo círculo eleitoral do Príncipe, acrescentou que os passageiros se recusaram a abandonar o balcão da agência, nas instalações do aeroporto, e, após contactos com membros do Governo são-tomense, a vice-comandante da Polícia Nacional foi chamada ao local, a qual, verificando contradições entre as declarações da responsável da Afrijet e os passageiros, decidiu encaminhar todos ao comando da Polícia, sem que, contudo, tenha sido encontrada uma solução.
Após pernoitarem numa instalação hoteleira, por conta própria, os passageiros, entre os quais mulheres, crianças e alguns doentes, regressaram ao aeroporto na manhã de hoje, mas não conseguiram seguir viagem.
Conceição Moreno disse que contactou vários membros do Governo são-tomense e reuniram-se com a direção do Instituto de Aviação Civil (INAC) para encontrar uma solução e exigir que a Afrijet assumisse as responsabilidades, mas tal não foi possível.
Sem gravar entrevista, uma responsável pela Afrijet disse à Lusa que a companhia irá devolver os valores das passagens pagos pelos passageiros que o solicitarem e que os outros poderão viajar no próximo voo da companhia previsto para a quinta-feira.