Por LUSA/RTP
O novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional de Cabo Verde, José Filomeno Monteiro, prometeu hoje realizar várias reformas no seu ministério, após a posse conferida pelo Presidente da República, José Maria Neves, na Praia.
“São tantas (reformas) que levaria três dias para lhe dizer”, referiu aos jornalistas, após a cerimónia.
“O que pretendo é dar continuidade ao trabalho que já foi iniciado” e procurar “alguma inovação, ter um ministério funcional e que trabalhe em articulação com os outros setores do Governo”, detalhou.
José Filomeno Monteiro deixou o cargo de embaixador em Bruxelas para chefiar a diplomacia do arquipélago, apostando em princípios firmes, num mundo com “uma conjuntura conturbada”.
“Cabo Verde não se presta a fazer escolhas entre povos amigos ou inimigos, mas responde a valores e princípios e, naturalmente, irá posicionar-se em função disso”, disse.
O novo ministro defendeu aquilo que o país já tem feito, ou seja, alinhar-se por “princípios de democracia e defesa dos direitos humanos” e ao lado de quem também os partilha: “não nos interessa quem viola (tais princípios), não tem o nosso apoio, obviamente”.
Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro, participou na cerimónia de posse e enalteceu a experiência de José Filomeno Monteiro.
O líder do Governo referiu que ainda não tem nome para novo embaixador em Bruxelas.
José Filomeno assumiu, há oito anos, o lugar de embaixador de Cabo Verde na Bélgica, tendo as mesmas funções junto da União Europeia (UE), naquele que é considerado pelo Governo cabo-verdiano um dos postos de representação diplomática mais importantes e prioritários.
Antes, o diplomata foi deputado no parlamento cabo-verdiano eleito por Santiago Sul.
Rui Figueiredo Soares, ministro cessante, explicou no domingo, numa entrevista à Televisão de Cabo Verde (TCV), que “a reforma bate sempre à porta”.
“Não me cansei do MNE, nem da política cabo-verdiana, estarei sempre disponível para outras atividades que sirvam o país, mas há um tempo para tudo”, explicou, após 33 anos na política ativa.
“Disse sempre que, antes dos 70, poria ponto final na atividade política para me dedicar a outras paixões, nomeadamente a docência na área do Direito”, atividade a que se dedicará agora, na Praia.
Na cerimónia de hoje, na Presidência da República, Miryan Vieira foi reconduzida como secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.