Por LUSA
Procuradores-gerais e diretores de polícia de estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) estão, a partir de hoje, reunidos na capital moçambicana para debater o combate contra a criminalidade organizada, com destaque para o terrorismo.
“O evento realiza-se no âmbito do reforço da cooperação jurídica e judiciária da CPLP na prevenção e combate à criminalidade organizada e transnacional, mormente o terrorismo e o seu financiamento”, refere-se num comunicado da Procuradoria-Geral moçambicana.
O encontro, que conta com o apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, vai decorrer durante três dias, prevendo-se a definição de um plano de ação entre os países da CPLP para fazer face a estes tipos de crimes.
“Com a realização deste encontro pretende-se também refletir em torno dos mecanismos que poderão ser usados para impedir a utilização de países da CPLP por grupos de narcotráfico como locais de produção, trânsito, distribuição, venda e consumo de estupefacientes”, acrescenta-se no documento.
Moçambique é apontado por várias organizações internacionais como um corredor de trânsito para o tráfico internacional de estupefacientes com destino à Europa e Estados Unidos da América, sobretudo de heroína oriunda da Ásia, mas as apreensões de cocaína oriunda da América do Sul têm também aumentado.
Além dos desafios do combate contra o tráfico de drogas, o país também enfrenta uma insurgência armada em Cabo Delgado, província do norte, ataques reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico e que levaram a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.