Por LUSA
A oposição são-tomense manifestou-se preocupada com “a constante subida do custo de vida e o aumento dos problemas sociais” no arquipélago e criticou a “clara incompetência e incapacidade do Governo” em apresentar soluções concretas.
Em comunicado, resultante da reunião da Comissão Política, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) refere que “a situação de fornecimento de energia elétrica também mereceu atenção especial dos comissários”, uma vez que, “depois de vários anúncios e datas previstas, os famosos geradores” de uma empresa turca recentemente instalada no país “ainda não entraram em funcionamento”.
O MLSTP-PSD diz que há “notícias de vários grupos” de geradores das centrais térmicas “que estão inoperantes por falta de manutenção”, sem que a direcção da Empresa de Água e Eletricidade (EMAE) e o Governo “consigam resolver a situação”.
“O país está às escuras há mais de um mês, com consequências graves para as populações, com particular impacto e prejuízos graves no exercício da atividade económica”, lê-se no comunicado.
O partido líder da oposição são-tomense lamenta que, estando em dezembro, “mês das festas do natal e do ano novo”, nada se saiba ainda sobre as negociações do novo programa com o Fundo Monetário Internacional e sobre o Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2024.
“O País continua parado, sem rumo, enquanto o chefe do Governo decide ausentar-se, uma vez mais, por um período de 20 dias”, aponta o MLSTP-PSD.
Segundo o partido, na reunião foi também analisada, “com elevada preocupação, a notícia da apreensão de um navio com a bandeira de São Tomé e Príncipe, na costa do Senegal, com 3 toneladas de droga a bordo, tendo os membros da comissão política condenado “o silêncio do Governo sobre este caso que mancha” a imagem externa do país.
“Pelos vistos, o país voltou a entrar na rota dos negócios obscuros e clandestinos. Assim vai a República!”, acrescenta.
Sobre a situação interna do partido, a Comissão Permanente da Comissão Política Nacional do MLSTP/PSD aprovou a proposta da Comissão Organizadora do Congresso para a antecipação da data do Congresso Extraordinário, inicialmente agendado para o dia 30 de março de 2024, para o dia 16 de março.
A alteração é justificada “atendendo às comemorações religiosas da páscoa e da semana Santa”.
Ao nível internacional, o MLSTP/PSD “lamenta e condena os recentes acontecimentos que voltaram a criar um ambiente de grande crispação e instabilidade política” na Guiné-Bissau e “insta todos os atores políticos a encontrarem uma saída pacífica e na base do diálogo para esta crise, no estrito respeito das normas constitucionais e da legalidade democrática”.
“Neste sentido, o MLSTP/PSD aproveita a oportunidade para manifestar indefetível solidariedade e total apoio ao PAIGC e à coligação PAI — Terra Ranka, vencedores legítimos e incontestáveis das últimas eleições legislativas na Guiné Bissau e ao camarada Domingos Simões Pereira”, lê-se no comunicado do MLSTP-PSD, enviado à Lusa.