Por LUSA
O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a economia de São Tomé e Príncipe comece a recuperação este ano, prevendo que a inflação caia para 5% a médio prazo e considerando a dívida sustentável.
“Esperamos uma recuperação gradual para 0,5% este ano e 2,4% no próximo ano, depois de um crescimento fraco de 0,1% no ano passado”, disse o economista Thibault Lamaire à Lusa, à margem dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorreram esta semana em Marraquexe, Marrocos.
Para este economista do departamento africano e um dos autores do relatório sobre as Perspetivas Económicas Regionais para a África subsaariana, São Tomé e Príncipe é um país com “grandes desequilíbrios, um crescimento lento e uma inflação elevada”, que deverá acabar o ano nos 20%, daí apontar que a “proteção dos mais vulneráveis é essencial”.
Lembrando que o desempenho orçamental se “deteriorou significativamente em 2022 devido às despesas motivadas pelas eleições”, Thibault Lamaire vincou que o país “continua numa situação de sobre-endividamento devido a atrasos prolongados nos pagamentos externos”, mas apontou que “considera-se que São Tomé e Príncipe tem capacidade para reembolsar a sua dívida ao longo do tempo”.
Na semana passada, o diretor do departamento africano do FMI tinha dito que havia oito países africanos a precisarem de uma reestruturação da dívida, com São Tomé e Príncipe e Moçambique a fazerem parte dessa lista, de acordo com os parâmetros analisados na Análise da Sustentabilidade da Dívida (DSA).
“Para o futuro, a economia vai recuperar e os desequilíbrios vão diminuir, com a inflação a começar a descer”, concluiu o economista do FMI.