Por LUSA
São Tomé e Príncipe e o Burundi aderiram à Corporação Financeira Africana (AFC), uma entidade multilateral com o objetivo de fomentar o investimento em infraestruturas e melhorar o ambiente operacional nos países africanos em desenvolvimento.
“Apesar dos significativos ventos contrários macroeconómicos, a AFC duplicou o número de membros nos últimos cinco anos, fortalecendo o seu mandato para lidar com os desafios regionais e catalisar o desenvolvimento de infraestruturas lideradas pelo setor privado em todo o continente”, lê-se no comunicado da AFC enviado à Lusa.
A adição de São Tomé e Príncipe “diversifica o alcance junto dos países de língua oficial portuguesa; o arquipélago junta-se aos membros lusófonos que já são membros da AFC, incluindo Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde”, acrescenta-se no comunicado, que dá conta da intenção da AFC de ajudar o país a desenvolver o setor energético.
“A Corporação planeia apoiar o país no seu objetivo de gerar metade de energia renovável até 2030 e também tenciona apoiar a nação a desenvolver uma rede de infraestruturas de transportes sustentável e resiliente aos impactos das alterações climáticas”, acrescenta-se no documento.
São Tomé e Príncipe, vinca a AFC, citando dados do Programa Alimentar Mundial, é “particularmente vulnerável ao aumento das temperaturas, mudanças nos padrões da chuva, aumento dos níveis do mar e temperaturas extremas devido à sua localização geográfica e isolamento”.
Em ambas as regiões onde estão incluídos o Burundi e São Tomé e Príncipe, a AFC tem aprofundado o seu envolvimento, tendo “garantido projetos transformadores, como o projeto eólico de 26 megawatts da Cabeolica, em Cabo Verde, ou o da Red Sea Power, de 60 megawatts, no Djibuti, para além do investimento na primeira mina de ouro no estado de Osun, na Nigéria, a mina Segilola Gold.
“Damos as boas-vindas a São Tomé e Príncipe e ao Burundi à comunidade da AFC e estamos ansiosos por aprofundar a colaboração com as duas nações para ajudar a avançar o seu desenvolvimento económico e a sua industrialização”, disse o presidente da AFC, Samaila Zubairu, citado no comunicado.
“Estou convencido que juntos vamos rapidamente identificar projetos transformadores para alimentar a substituição de importações, adição de valor, criação de empregos e melhorias na abundante riqueza natural de ambos os países”, concluiu o responsável.