Por LUSA
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) previu uma evolução “cautelosamente positiva” da economia de São Tomé e Príncipe, com um crescimento de 2,7% em 2025 e 4,4% em 2026, segundo a mais recente análise ao país.
A previsão é justificada com “preços relativamente elevados de cacau”, em que o arquipélago é rico, “de turismo, das obras públicas e dos investimentos programados em infraestruturas”, acrescentou a instituição financeira, no capítulo dedicado a São Tomé e Príncipe do relatório de Perspetivas Económicas Africanas (AEO, sigla inglesa) de 2025, hoje divulgado.
“A inflação deverá continuar a descer e atingir 7% até 2026, o que melhorará o poder de compra das famílias”, previu o BAD.
A subida de preços do cacau e uma redução da fatura de combustíveis importados (com os quais se produz eletricidade no país), a par de uma recuperação do turismo, já tinham ajudado São Tomé e Príncipe a crescer (0,4% em 2023 e 0,9% em 2024), recordou a instituição, notando ainda um recuo da inflação, que, ainda assim, se fixou em 14,5% em 2024.
Para este ano, prevê-se que o défice orçamental caia para 2,5% e 1,4% do PIB em 2026.
O AEO 2025 foi publicado hoje, durante as reuniões anuais do BAD que decorrem em Abidjan, Costa do Marfim, cujo tema central é a mobilização dos recursos do continente, libertando-o de dependência externa.
“Incentivada por uma Linha de Crédito Alargada do Fundo Monetário Internacional (FMI), a disciplina orçamental deverá ajudar a reduzir a dívida pública para menos de 55% do PIB até 2027” e o défice da balança corrente “deverá melhorar em 2025-26”, mais uma vez, impulsionado pelos elevados preços do cacau, melhoria do turismo e preços moderados do petróleo.
Os riscos incluem um “progresso lento nas reformas do setor energético”, a par de incertezas globais que incluem uma redução da ajuda externa de que o país depende.
“São Tomé e Príncipe deve utilizar o seu capital natural para mobilizar recursos financeiros que reduzam a dependência do petróleo importado para a produção de energia, como painéis solares que aceleram a transição energética, trocas (‘swap’) de dívida climática, créditos de carbono ou acordos de pesca que podem aliviar a escassez de divisas”, recomendou o BAD.