Por LUSA
O Governo moçambicano espera um crescimento de 8% na atividade de pesca no país este ano, para mais de 548 mil toneladas, impulsionada pelo setor artesanal, segundo dados oficiais consultados pela Lusa.
De acordo com um relatório do Governo com as previsões para 2025 no setor, a pesca artesanal deverá voltar renovar o recorde de produção, crescendo 7% face ao ano anterior, para 514.204 toneladas, incluindo 9.636 toneladas de tubarão.
Já a pesca comercial deverá crescer 20%, para 23.587 toneladas, incluindo 6.436 toneladas de kapenta, uma pequena sardinha de água doce, enquanto na aquacultura está previsto um crescimento de 5%, para 10.298 toneladas, entre produção industrial e de pequena escala, em todo o país.
A produção pesqueira em Moçambique já tinha crescido 3% em 2024, para 508.808 toneladas, impulsionada pela atividade comercial, mas falhou a meta, segundo dados da execução orçamental noticiados anteriormente pela Lusa.
De acordo com o relatório do Governo, com a execução orçamental de 2024, a meta para a pesca e aquacultura para todo o ano era de 522.671 toneladas, a qual foi concretizada em 97%, tendo ainda assim crescido face às 493.088 toneladas de 2023.
A pesca artesanal continua a representar o grosso da volume anual em Moçambique e envolvia quase 400 mil pessoas e mais de 42 mil embarcações, em águas interiores e marítimas, segundo o censo de 2022, divulgado no ano passado.
De acordo com os dados finais do Censo da Pesca Artesanal e Aquacultura (CEPAA 2022), o levantamento cobriu “todas as áreas territoriais das águas marítimas e do interior”, com “exceção de algumas zonas da província de Cabo Delgado, por razões de insegurança”, alargado ao subsetor da aquacultura pela primeira vez.
O levantamento, que envolveu o Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas e o Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aquacultura, entre outros parceiros, cobriu 1.600 centros de pesca em todo o país, dos quais 889 nas águas interiores e 711 nas águas marítimas.
O censo permitiu identificar 397.688 pessoas envolvidas na pesca artesanal, incluindo 110.518 pescadores operando com embarcação, 164.439 pescadores exercendo sem embarcação e 122.731 profissionais em outras “atividades ao longo da cadeia de valor da pesca artesanal, com destaque, para carpinteiros e mecânicos navais, redeiros, processadores e comerciantes de pescado”.
O levantamento refere igualmente que foram registadas 42.723 embarcações, das quais 1.986 motorizadas.
“As embarcações são, na sua maioria, do tipo canoas de tronco escavado (54,4%), que estão maioritariamente concentradas nas províncias de Tete e Zambézia, seguidas de canoas do tipo moma (16,4%)”, descreve.
Relativamente à aquacultura, o censo de 2022 concluiu pelo registo de 21.751 operadores, dos quais 12.899 são proprietários de unidades aquícolas, entre singulares e associados, contando com 8.852 trabalhadores, dos quais 31,8% mulheres.
A atividade aquícola no país, de acordo com o tipo, “é maioritariamente de subsistência”, equivalente a 42,9%, e artesanal, 46,79%, sendo o remanescente, “menos de 10,1%”, enquadrado no semi-industrial, industrial, experimental, de investigação e treino e formação.
O CEPAA recenseou 11.413 unidades de produção de aquicultura, das quais 10.518 tanques.