Por LUSA
O Instituto Nacional de Estatística (INE) de Moçambique vai contratar cerca de 450 pessoas para preparar o recenseamento populacional de 2027, onde prevê registar 36 milhões de habitantes, conforme concurso consultado pela Lusa.
De acordo com o edital do concurso, o INE pretende contratar, por períodos de cinco a dez meses, 421 agentes cartógrafos e 33 operadores de sistemas de informação geográfica, a nível nacional, no âmbito dos preparativos para o quinto Recenseamento Geral da População e Habitação 2027 (VRGPH), que conta com financiamento do Banco Mundial.
O censo vai decorrer de 01 a 15 de agosto de 2027, a decorrer pela primeira vez através das plataformas digitais e com resultados em seis meses. O INE estima em 34 milhões a população moçambicana em 2025, contra pouco mais de 26 milhões do último censo, realizado em 2017.
Em 2027, o INE prevê registar, no recenseamento populacional, 36 milhões de habitantes, mais dez milhões face ao censo de 2017, gastando 96,2 milhões de euros com a operação, foi anunciado em junho.
Ao apresentar a estrutura organizativa do plano do VRGPH, a presidente do INE, Elisa Ana Mónica Magaua, avançou que se espera um crescimento face à operação de 2017, quando foram registados pouco mais de 26 milhões de habitantes em Moçambique.
“O primeiro desafio consiste na realização de um senso digital num país pouco digitalizado, os recursos humanos escassos com qualificação, a cobertura parcial da rede elétrica e de internet e o estado precário das vias de acesso”, disse a presidente do INE.
A realização do recenseamento populacional, disse Elisa Ana Mónica Magaua, está avaliada em pouco mais de 110 milhões de dólares (96,2 milhões de euros), em que o Banco Mundial já garantiu o financiamento inicial de 12,7 milhões de dólares (11 milhões de euros).
A presidente do INE garantiu também estarem criadas as condições para a realização do recenseamento populacional para deslocados em face de ataques terroristas e outros por eventos climáticos.
“O censo da população e habitação trará informações essenciais que poderão auxiliar na conceção de programas que visam reduzir desigualdades no acesso às oportunidades e na definição de políticas públicas assertivas, assim como no alcance das metas definidas no âmbito dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas e da Agenda 2063 da União Africana”, disse a primeira-ministra de Moçambique, Maria Benvinda Levi.
O Governo moçambicano tinha avançado em maio que o recenseamento populacional de 2027 vai determinar a população infantil, jovem, adulta e de terceira idade, permitindo “falar com certeza sobre o processo de desenvolvimento”.
“Moçambique adotou de dez em dez anos fazer o censo populacional para compreender as dinâmicas populacionais territoriais que ocorrem para compreender quem somos, onde estamos, como estamos e onde cada um está de facto, para depois, com os resultados que isto nos vai dar, permitir que o Governo defina melhores políticas”, declarou o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa.
O censo “vai ajudar a melhor planificar para resolver os problemas das populações”, insistiu.