POR LUSA /RTP
Pelo menos uma pessoa morreu na vila da Manhiça, a 70 quilómetros de Maputo, sul de Moçambique, em confrontos entre manifestantes e a polícia, na quarta-feira, que levaram ainda à destruição e saque da casa do autarca local.
Em causa está a tensão social pós-eleitoral que dura há mais três meses.
Os manifestantes, num dos focos de conflito na Manhiça, vila a norte de Maputo, queimaram pneus na estrada Nacional 1, levando a confrontos com a polícia, que por sua vez recorreu a disparos para tentar desmobilizar.
De acordo com o autarca local, Luis Munguambe, a sua casa foi saqueada e destruída noutro foco destes confrontos, motivados pela detenção de um manifestante, incluindo três viaturas e duas motorizadas que estavam no interior.
Segundo informação da plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, pelo menos uma pessoa morreu nos confrontos das últimas horas na Manhiça, elevando a 318 mortos desde 21 de outubro, na sequência das manifestações, paralisações e agitação social que se seguiu às eleições gerais de 09 de outubro, contestando os resultados eleitorais.
Segundo a Decide, duas pessoas foram baleadas na quarta-feira na zona da Casa Branca, em Maputo, durante o bloqueio das portagens da N4, que se prologou por cerca de 10 horas, em protesto contra a retoma da cobrança de portagens.