Por LUSA/RTP
Moçambique inicia hoje as comemorações dos 50 anos da independência com uma marcha e uma tocha que partem de Cabo Delgado para percorrer todo o país durante 79 dias, até chegar a Maputo, em 25 de junho.
De acordo com fonte da Presidência da República, a partida será dada pelo Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, que se encontra em visita de trabalho a Cabo Delgado, no norte do país, desde domingo, e que vai entregar a tocha.
“Ao longo do seu trajeto, a tocha da chama será passada de mão em mão, atravessando todas as províncias do país, num gesto carregado de simbolismo e de profundo significado patriótico”, refere a Presidência.
Na sexta-feira, em declarações aos jornalistas, Inocêncio Impissa, porta-voz do Governo, explicou que a marcha arranca no distrito de Nangade, cabendo ao chefe de Estado acender a tocha, “que simboliza a chama da unidade”.
“Mais do que em qualquer fase da história, neste ano e nestas circunstâncias, somos mais do que instados como Governo e como moçambicanos a retomar esta chama de unidade para permitir que os moçambicanos tenham uma oportunidade de reconciliação depois dos últimos episódios”, disse Inocêncio Impissa, numa alusão aos vários meses de crise e contestação social pós-eleitoral.
“Vão participar neste grande movimento nacional todos os moçambicanos, pelo que se exorta que participem com toda vivacidade, independentemente das nossas diferenças de género, raça, idade, filiação partidária, crença religiosa, apelando-se assim, em especial, à participação dos cidadãos nacionais que completem 50 anos de idade, no presente ano de 2025, dado o particular simbolismo que isto representa”, afirmou o porta-voz.
A chegada a Maputo acontecerá em 25 de junho, dia da proclamação da independência nacional, em 1975, ao Estádio da Machava, arredores de Maputo, onde há 50 anos o primeiro Presidente moçambicano, Samora Machel, a proclamou.
“Fazemos aqui questão de referir que a chama da unidade nacional simboliza a identidade dos moçambicanos, a sua moçambicanidade e a capacidade de união, de convivência e de tolerância, e representa um legado histórico dos libertadores da nossa pátria amada e dos fundadores da nação moçambicana”, disse ainda o porta-voz do Governo.
A marcha “da unidade” vai observar “o critério de extensão territorial, número de distritos e densidade populacional, num total global de 79 dias”, numa “demonstração do espírito de união, da tolerância e de reconciliação entre os moçambicanos”, visando “sublinhar a verdadeira postura e a forma de ser e de estar do povo moçambicano, marcadamente amante da paz”.
“São objetivos desta marcha consolidar a unidade nacional dos moçambicanos, elevar o espírito da autoestima e o espírito patriótico, promover a preservação da história da luta da libertação nacional, educar as novas gerações sobre os valores do nacionalismo, do patriotismo, da identidade comum, da paz, bem assim celebrar as conquistas conseguidas nos 50 anos da independência nacional”, explicou.