POR LUSA
As autoridades moçambicanas detiveram, desde janeiro de 2023, 38 pessoas envolvidas na onda de raptos no país, que registou um total 13 casos no mesmo período, avançou o Presidente de Moçambique.
Do total de 13 casos registados neste período, sete foram consumados e os restantes foram travados pelas autoridades, que conseguiram resgatar pelo menos três pessoas, explicou Filipe Nyusi, durante as cerimónias centrais de celebração do Dia dos Heróis, em Maputo.
“É um novo tipo de crime, onde os criminosos estudam como o mesmo deve ser executado”, acrescentou o chefe de Estado moçambicano.
No número total de pessoas detidas (38), três têm nacionalidade sul-africana, país que faz fronteira com Moçambique.
Segundo o chefe de Estado moçambicano, as operações policiais durante o período também criaram condições para o desmantelamento de quatro cativeiros, bem como a apreensão de três armas de fogo, seis munições, quatro viaturas e seis telemóveis.
“Este mal (…) requer a colaboração de todos, incluindo as famílias dos que foram afetados”, frisou Filipe Nyusi, avançando que, além de esforços operacionais, o executivo moçambicano tem apostado na cooperação internacional e no reforço da legislação face ao crime organizado, bem como a formação de oficiais.
“Grupos diversificados foram e continuam a ser formados fora e dentro do país”, acrescentou.
A onda de raptos em Moçambique começou em 2011, afetando, sobretudo, empresários e seus familiares.
Após um período de relativa estabilidade, os casos voltaram a ser registados nos últimos anos, principalmente nas capitais provinciais, com destaque para Maputo.
As autoridades moçambicanas admitiram, por várias vezes, o envolvimento de membros polícia e de magistrado nestes crimes, cujas ramificações estendem-se até para a vizinha África Sul, país com o qual Moçambique tem fortes relações.