Por LUSA
A Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH) vai distribuir aos acionistas, em 30 de outubro, 583 meticais (8,65 euros) por cada ação como dividendos do exercício económico de 2023, anunciou hoje a petrolífera estatal.
Num aviso a que a Lusa teve acesso, a direção da CMH refere que a decisão foi tomada em assembleia-geral da empresa, realizada em 09 de outubro, e o pagamento será feito naquela data e valor bruto através de intermediário financeiro.
A petrolífera moçambicana conta com um capital social constituído por 5.934.115 ações, das quais 593.411 cotadas na Bolsa de Valores de Moçambique, avaliado em mais de 25,2 milhões de dólares (23,8 milhões de euros). Assim, este pagamento refere-se a dividendos brutos superiores a 3.459 milhões de meticais (51,3 milhões de euros), relativos ao exercício económico terminado em 30 de junho de 2023.
A CMH é participada pela também estatal Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), em 70% do capital social, e pelo Instituto de Gestão das Participações do Estado, em 20%, enquanto 10% dos acionistas são pessoas singulares e coletivas moçambicanas.
Em 27 outubro de 2022, a CMH pagou um total de 36,9 milhões de dólares (34,9 milhões de euros) a título de dividendos aos acionistas, referentes àquele ano económico.
A Lusa noticiou em setembro que os lucros da Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos aumentaram 75% no exercício terminado em junho, face ao mesmo período de 2022, para 64,8 milhões de dólares (60,5 milhões de euros), segundo dados da petrolífera estatal.
Nas demonstrações financeiras divulgadas pela empresa, referentes ao período de 01 de julho de 2022 a 30 de junho de 2023, a administração da CMH reconhece um “aumento substancial” nos lucros, provocado desde pelo “aumento dos preços do petróleo” e por uma “gestão criteriosa e orientada ao resultado”.
Além disso, o presidente do conselho de administração justifica o crescimento nos lucros, tendo em conta os 37,2 milhões de dólares (34,7 milhões de euros) no exercício 2021 a 2022, com o “ligeiro aumento da produção” no país com os novos furos de gás de Pande28, Pande29, Pande30 e Pande31, bem como o “menor custo operacional em comparação com as assunções do orçamento”.
“No entanto, ainda temos desafios quanto à disponibilidade de reservas provadas para garantir o fornecimento de gás no âmbito dos contratos assinados. Durante este exercício financeiro investimos em alguns furos adicionais em Pande, que alcançaram o comissionamento em dezembro de 2022 e continuamos a investir em outros furos adicionais nos campos de Pande e Temame”, descreve Arsénio Mabote.
A CMH foi indicada pelo Governo moçambicano para, juntamente com a sul-africana Sasol Petroleum Temane (SPT), conduzir as operações petrolíferas nas áreas dos campos de produção de Pande e Temame, por um período de 30 anos, ao abrigo do Acordo de Produção de Petróleo assinado em outubro de 2000.
Aquela petrolífera também faz parte dos Acordos de Operações Conjuntas assinado com a SPT em dezembro de 2002, cobrindo os reservatórios dos campos de Pande e Temame, já que a empresa produz e vende apenas gás e opera de forma integrada.
A CMH fechou o exercício financeiro terminado em 30 de junho último com um ativo total que cresceu para 382,5 milhões de dólares (356,9 milhões de euros), contra um passivo que caiu no mesmo período para 120,5 milhões de dólares (112,4 milhões de euros).