Por LUSA
Pelo menos 219 pessoas morreram no ano passado devido à tuberculose na província de Tete, no centro de Moçambique, um aumento de 134 óbitos face a 2023, disse fonte oficial.
“Estes dados preocupam muito a província porque é uma doença de tratamento gratuito”, disse Francisca Jone, responsável provincial de tuberculose em Tete, citada hoje pela comunicação social.
Segundo a responsável, os óbitos fazem parte dos 9.780 casos de tuberculose registados na província e representam um aumento de 134 mortes em relação a 2023.
“Uma das causas do aumento de óbitos é o diagnóstico tardio”, explicou.
De acordo com Francisca Jone, a província registou ainda o aumento no índice de abandono do tratamento da doença, com 81 casos, contra 56 de 2023.
“Temos pacientes muito distantes das unidades de saúde, alguns alegam faltam de condições para alimentação”, referiu.
De acordo com a Associação de Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP), uma organização não-governamental internacional, mais de 108 mil pessoas receberam tratamento contra tuberculose desde 2019 em 50 distritos das províncias de Zambézia, Sofala, Tete e em Nampula, no sul e centro de Moçambique.
Segundo a ONG, entre 2019 e 2024 no país, do total dos 108.242 casos notificados e tratados, 10.547 eram crianças.
Em 20 de janeiro, o Presidente norte-americano, Donald Trump, suspendeu toda a ajuda internacional durante 90 dias e o Governo moçambicano afirmou, no passado dia 07, que a suspensão da ajuda norte-americana compromete a eficiência na implementação de programas na saúde, entre os quais consta o tratamento a tuberculose.
“A retirada brusca desse apoio compromete, como podem imaginar de alguma forma, a eficiência na implementação desses programas. O apoio do Governo americano financia uma parte considerável da provisão de profissionais de saúde”, disse, na altura, Inocêncio Impissa, porta-voz do Governo moçambicano e ministro da Administração Estatal e Função Pública.