Por LUSA
A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) anunciou hoje a abertura de uma comissão de inquérito para investigar e apresentar em 10 dias informações relativas à “conduta preocupante” de advogados no processo de insolvência da Cimentos da Beira.
Em comunicado, a Ordem refere que pretende “constituir uma comissão de inquérito para, no prazo de 10 dias, proceder com a recolha de informações atinentes à conduta dos advogados”.
Em causa está o alegado envolvimento de dois advogados no processo de insolvência da Cimentos da Beira, que corre na secção comercial do Tribunal Judicial da província de Sofala, centro do país.
Trata-se do advogado Aníbal Quetane, um dos administradores da insolvência, antes detido por alegado desvio de mais de sete milhões de meticais (101,3 mil euros) da venda de cimentos, alegadamente destinados a pagar salários aos trabalhadores da empresa, noticiou o jornal O País.
Entretanto, Quetane teria dito aos órgãos de Justiça ter entregue a quantia ao advogado Ivan Pontavida, na qualidade de requerido no processo de insolvência, sendo que o mesmo teria assumido, ao ser ouvido pela Justiça no âmbito de uma providência cautelar, ter recebido cerca de quatro milhões de meticais (57,9 mil euros) para “prestação de serviços”, avançou o mesmo jornal.
A Ordem suspeita do envolvimento dos advogados, apontando a violação do regime que respeita à prevenção, repressão e combate ao branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e proliferação de armas de destruição em massa.
Para além de ouvir os advogados e administradores da insolvência, a Ordem indica que pretende articular com as instituições de Justiça, nomeadamente a secção comercial do Tribunal Judicial de Sofala, com o Gabinete Central de Combate à Corrupção e com o Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional na busca de informações para esclarecer o alegado envolvimento dos referidos advogados.