Por LUSA
O Hospital Central de Maputo (HCB), o maior de Moçambique, precisa de pelos menos 21 máquinas de hemodiálise para assistir os doentes com insuficiência renal em tratamento naquela unidade, disse hoje fonte da instituição.
Elsa Chissico, diretora do Serviço de Hemodiálise do HCM, partilhou a informação após a entrega de duas máquinas de tratamento de doenças de insuficiência renal pela empresa de distribuição de medicamentos Pluribos Internacional.
“Não é suficiente, a nossa capacidade é de 14 máquinas, mas este é o Hospital Central de Maputo, com número bastante elevado de camas, precisaríamos de 35 a 40 máquinas”, afirmou Chissico, em declarações aos jornalistas.
Um total de 76 doentes recebem naquele serviço um tratamento de hemodiálise crónica, que é “para o resto das suas vidas”, e outros pacientes procuram assistência para a insuficiência renal aguda recuperável, acrescentou.
“Não é possível responder àquilo que é a demanda do hospital, respondemos até onde nós podemos, nós vemos os doentes entrarem de todas as portas do Hospital Central de Maputo”, avançou, assinalando que doentes que começaram por procurar outras enfermarias acabam sendo encaminhados para a hemodiálise, porque sofrem de doença renal.
Aquela responsável declarou que dez pacientes que estavam em tratamento no Serviço de Hemodiálise do HCM morreram em 2024 por complicações associadas à insuficiência renal.
Em média, são diagnosticados mil doentes com problemas renais no HCM, sendo uns com necessidade de hemodiálise crónica e outros com insuficiência renal recuperável.
Elsa Chissico salientou que cada doente em tratamento paga entre 10 mil (145,8 euros) e 15 mil meticais (218,9 euros) por cada uma das três sessões semanais necessárias, reconhecendo o montante como caro, para um país com uma taxa de pobreza de 68,2%, de acordo com dados oficiais.