Por LUSA
A transportadora Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) vai passar a voar de Maputo para a Cidade do Cabo, África do Sul, a partir de 12 dezembro, com três voos por semana, anunciou hoje a companhia.
A transportadora chegou a prever inicialmente o primeiro voo desta ligação para 22 de novembro, mas anunciou agora que a estreia da ligação acontecerá em 12 de dezembro, dia em que também retoma, após três anos, a ligação entre Maputo e Lisboa, igualmente com três frequências semanais.
A rede de voos da LAM abrange atualmente 12 destinos no mercado doméstico, além de Joanesburgo, Dar-Es-Salaam, Harare e Lusaca, realizando diariamente mais de 40 voos com recurso a um Boeing 737, três Bombardier Q400, dois Bombardier CRJ 900 e dois Embraer 145 operados pela subsidiária MEX — Moçambique Expresso.
A companhia moçambicana refere que os voos de e para a Cidade do Cabo, diretos, têm ainda ligações de Maputo para os principais destinos turísticos em Moçambique.
Os destinos Cidade do Cabo e Lisboa fazem parte do plano de revitalização da operadora, depois de a empresa sul-africana Fly Modern Ark (FMA) ter entrado na gestão da LAM em abril deste ano.
A LAM pretende duplicar a frota de aeronaves, passando a contar com pelo menos 22 aviões até 2027, disse à Lusa, em 29 de setembro, o diretor de operações da companhia de bandeira moçambicana.
“Nos próximos anos a entrada de aviões vai ser muito massiva”, disse, em Inhambane, Hilário Tembe, à margem da cerimónia que marca a retoma da ligação direta entre a cidade de Inhambane e Joanesburgo, na África do Sul, país vizinho.
Acrescentou que a LAM vai alugar três aeronaves este ano para responder à retoma de ligações com países vizinhos e à introdução de novas rotas.
“O projeto é até final de 2027 metermos mais 10 aviões”, declarou Tembe.
O diretor-executivo da empresa sul-africana chamada para gerir a LAM disse, em 09 de setembro, que a companhia já negociou o aluguer de um Boeing 737 cargueiro, apenas para tratar do transporte de carga dentro do país e para o exterior, nomeadamente para a África do Sul, esperando colocar ao serviço um segundo seis meses depois.
“É uma oportunidade que pode tornar a companhia rentável. O transporte de carga é um negócio muito rentável”, insistiu Theunis Crous, diretor-executivo da FMA.
Theunis Crous referiu igualmente que a FMA já mobilizou 15 milhões de dólares (14 milhões de euros) de financiamentos para a operação atual da LAM, que está a ser alargada, com novas rotas e aeronaves, o que se traduz num aumento de passageiros, 57 mil atualmente, face à média anterior de 46 mil mensais.
A estratégia em curso, de revitalização da empresa, segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.