Por LUSA
A secretária de Estado da província da Zambézia, centro de Moçambique, exigiu maior celeridade no caso de um adolescente com albinismo que teve o seu braço amputado por desconhecidos naquela província, classificando o crime como hediondo.
“Este crime está nas mãos da polícia e o mais rápido possível deve ser esclarecido (…) é um crime hediondo (…) não quero crer que a gente possa chamar de pessoa alguém que fez isto a um menino”, declarou à comunicação social Cristina Mafumo, durante uma visita ao menor que ainda se encontra internado no principal hospital da província.
O crime ocorreu no dia 18 de novembro, no distrito de Ile, quando quatro homens levaram o adolescente, de 14 anos, que dormia numa varanda, para uma mata e amputaram o seu braço direito, explicou à Lusa, na altura, Sidner Lonzo, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), na Zambézia.
Embora continue internado, o estado saúde do adolescente é positivo, segundo a equipa médica que o tem acompanhado.
“O paciente entrou em estado grave, mas foi de imediato estabilizado (…). Infelizmente, evoluiu com infeção das feridas pós-operatórias, o que é de esperar pelo tipo de material que foi usado para os golpes. (…) Está a receber o apoio psicológico”, declarou o médico Zefanias Carlos.
Em algumas zonas de Moçambique é frequente a morte de albinos para fins obscurantistas.
As pessoas com albinismo têm sido vítimas de perseguições, violência e discriminação devido a mitos e superstições, que incluem o uso de órgãos ou ossadas em rituais, sendo colocadas entre os principais alvos de violações de direitos humanos.
Desde 2014, só em Moçambique, pelo menos 114 pessoas com albinismo desapareceram em circunstâncias não esclarecidas, segundo os últimos dados avançados à Lusa pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH).
O albinismo é uma doença genética caracterizada pela ausência total ou parcial de pigmentos na pele, cabelos e olhos.