Por LUSA
As exportações de legumes e hortícolas por Moçambique aumentaram 11% em 2024, para 167 milhões de dólares (142,4 milhões de euros), segundo dados de um relatório estatístico do banco central.
De acordo com os dados, o crescimento das exportações foi “influenciado pela retoma à normalidade do processo de produção e do escoamento dessas culturas”, que tinham sido “afetadas pelas condições climatéricas adversas que assolaram o país em 2023”.
Já a banana, outro dos produtos tradicionais das exportações moçambicanas, rendeu 37 milhões de dólares (31,5 milhões de euros), mais do que os 32 milhões de dólares (27,3 milhões de euros) em 2023, comprada essencialmente pelos países vizinhos, nomeadamente a África do Sul.
O anterior ministro da Agricultura moçambicano, Celso Correia, afirmou em novembro – o novo Governo tomou posse em janeiro – que as perspetivas para a campanha agrícola são boas, com chuva e 5% de crescimento.
Com o mercado de consumo no sul ainda dependente das importações agrícolas da vizinha África do Sul, Correia admitiu a necessidade de melhorar a competitividade moçambicana no setor.
“Para podermos competir, (é preciso) controlar um pouco melhor as fronteiras, porque temos também muito contrabando, que às vezes entra e torna a competição injusta, e nós temos que ajudar os produtores a melhorarem a qualidade. O mercado também determina este exercício, mas é um trabalho gradual”, explicou.
O ministro apontou o caso do tomate: “Nós ainda não temos tecnologia suficiente para permitir a produção em estufa fora de época e os sul-africanos têm. Então, quando o clima muda em Moçambique, o abastecimento local desaparece, deixa-nos à mercê do abastecimento externo”.