Por LUSA
O secretário de Estado da Educação, António Leite, estimou hoje que dentro de três a cinco anos o polo da Beira da Escola Portuguesa de Moçambique (EPM) terá novas instalações, face à falta de condições do espaço atual.
“É evidente que as instalações que existem nesta escola, fruto do trabalho de muita gente e de muito boa vontade e de muito esforço, mas também de algum sacrifício, não são as instalações que nós queremos para uma Escola Portuguesa”, admitiu o governante português, em declarações à Lusa após a cerimónia de abertura do polo da Beira, capital da província de Sofala.
“Creio que entre três a cinco anos nós teremos uma escola”, avançou António Leite.
A Escola Portuguesa da Beira foi criada em 1991, por iniciativa de um grupo de pais que enfrentavam o problema da educação com mínimo de qualidade, dentro da língua e cultura portuguesa. Contudo, funciona ainda hoje em instalações precárias, atualmente com 120 alunos a frequentar do 1.º ao 9.º ano de escolaridade.
O Governo português criou, em outubro passado, por portaria, o polo da Beira da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP), incorporando a atual escola, cuja formalização pública foi feita hoje, na presença do secretário de Estado da Educação.
“Nós hoje fizemos basicamente um ato simbólico. Colocamos uma placa, hasteamos as bandeiras dos dois países e a bandeira da escola e marcamos um reinício”, explicou António Leite.
O objetivo, acrescentou, é ter na cidade da Beira uma escola do género do estabelecimento sede, em Maputo, que conta com 1.621 alunos, do pré-escolar ao 12.º ano.
“Também ter uma assim na Beira. Talvez não tão grande, mas com aquela qualidade. Aquilo que neste momento temos previsto é que o próximo ano letivo, que começa em setembro de 2024, possa iniciar-se já em instalações que não serão ainda instalações definitivas, mas que serão instalações que reunirão melhores condições do que estas”, garantiu.
Entretanto, disse ainda, iniciar-se-á a construção de uma escola “de raiz” na Beira, com capacidade para ter alunos do pré-escolar até ao 12.º ano.
“Com um número maior de alunos, em condições de absoluta segurança e em condições de conforto, porque o sítio onde se aprende também tem influência na forma de aprender. Se não estou confortável no sítio em que estou, vai ser difícil aprender”, afirmou António Leite.
“Hoje mesmo vimos dois sítios possíveis para as instalações provisórias. Sensibilizamos as autoridades locais que nos receberam e vamos continuar a fazê-lo ainda amanhã (sexta-feira), com as autoridades nacionais, no sentido de nos ajudarem a encontrar um espaço que possa servir de forma definitiva para construir uma nova escola e para que este polo da EPM tenha a capacidade de acolhimento e a qualidade que o polo de Maputo tem e que as outras escolas portuguesas do mundo também têm”, disse ainda.
O objetivo, detalhou, é avançar com obras no espaço provisório a identificar nas próximas semanas, o qual vai receber o polo da Beira enquanto decorre a construção do espaço de raiz.
“Não sei quanto tempo demora a componente burocrática, porque sempre existe. Sei que a componente de construção também demora o seu tempo e, portanto, sei bem que construir uma escola não acontece porque simplesmente queremos que aconteça. Temos que fazer muito trabalho. Mas estou certo que estes jovens, sobretudo os mais jovens que aqui estão, levarão o seu percurso escolar totalmente até ao fim nas novas instalações”, concluiu.