Por LUSA
O Banco de Moçambique gastou 3.512 milhões de meticais (46,9 milhões de euros) com a produção de notas e moedas em 2024, ano em que introduziu uma nova série, segundo dados oficiais obtidos pela Lusa.
De acordo com as demonstrações financeiras do banco central, esse custo com a produção de notas e moedas contrasta com os 3.292 milhões de meticais (44 milhões de euros) em 2023, com o documento a explicar que essa despesa é amortizada “por contrapartida de resultados por um período de três a cinco anos, respetivamente, a contar da data da respetiva emissão”.
Moçambique fechou 2024 com um total notas e moedas em circulação que totalizaram quase 85.337 milhões de meticais, valor equivalente a 1.140 milhões de euros, contra 80.456 milhões de meticais, equivalente a 1.075 milhões de euros, em dezembro de 2023.
No final do ano passado, o banco central inutilizou notas e moedas no valor de 8.762 milhões de meticais (117,1 milhões de euros), refere igualmente o documento.
Moçambique introduziu em 16 de junho do ano passado uma nova série de notas e moedas de metical, que vão substituir progressivamente as que circulam desde 2006.
“Os bancos centrais tendem a fazer a revisão das suas notas e moedas em circulação a cada cinco anos, por forma a adequá-las às novas tendências de design, segurança e outros elementos contextuais”, explicou anteriormente o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, justificando que a instituição “decidiu pela revisão das notas e moedas do metical”.
“A temática das notas e moedas do metical da série 2024 conserva presente a tradição do enaltecimento dos valores do nosso património cultural, histórico e faunístico”, afirmou.
A nova série manteve as anteriores seis notas bancárias: “As denominações de 1.000, 500 e 200 meticais em substrato de papel, e as denominações de 100, 50 e 20 meticais em substrato de polímero”, explicou então Rogério Zandamela.
Já nas moedas, a nova série retirou as de 20 e cinco centavos, “mantendo-se as denominações de 10, cinco, dois e um metical, e as de 50, 10 e um centavo”.
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, disse em junho que a criação da moeda nacional, em 16 de junho de 1980, simbolizou a conquista da soberania nacional e a rejeição da “dominação estrangeira”.
O metical, disse, foi mais um dos “sinais” de que os moçambicanos já não aceitavam que a economia fosse “dirigida de fora, com moedas e critérios impostos”.