Por LUSA
A produção da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), centro de Moçambique, aumentou quase 5% no primeiro semestre, face ao mesmo período de 2023, para 8.396,38 GWh, anunciou hoje a empresa.
A HCB reconheceu, contudo, o baixo nível de armazenamento.
“A produção do primeiro semestre representa um incremento de 4,77% se comparado com o mesmo período de 2023, cifra alcançada muito por conta da gestão cautelosa do empreendimento, associada a contínua entrega das equipas de trabalho aos programas de reforço de operação e manutenção dos equipamentos da cadeia de produção”, referiu, em comunicado.
Acrescentou que a 30 de junho 2024, a barragem de Cahora Bassa apresentava uma cota de 316,98 metros, correspondente a 59,2% do armazenamento útil da albufeira, tendo a produção de eletricidade ultrapassado em 3,44% o planificado para o primeiro semestre.
“Este nível de armazenamento, significativamente baixo para este período, é influenciado por fracas afluências devido ao fenómeno ‘El Ninõ’ caracterizado por precipitação abaixo do normal sobre a região. Neste contexto, a HCB iniciou, em junho, a implementação de um plano cauteloso de gestão hidroenergético da albufeira e das infraestruturas conexas a fim de equilibrar as necessidades de produção versus a disponibilidade hídrica de modo minimizar o desvio negativo em relação a produção anual planificada”, explicou a empresa.
Citado no comunicado, o presidente do conselho de administração da HCB, Tomás Matola, sublinhou que a “produção energética da HCB é deveras importante e indispensável para a estabilidade energética do país e da região”.
“Pelo que a empresa continuará a acompanhar as previsões meteorológicas de longo prazo, a evolução da situação hidroclimatológica da Bacia do Zambeze e as atualizações dos planos de exploração das barragens de montante, de modo a permitir que, em tempo útil, possa proceder ajustamentos operacionais de Cahora Bassa”, acrescentou.
O Estado moçambicano detém 90% do capital social da HCB, desde a reversão para Moçambique, acordada com Portugal em 2007, enquanto a empresa portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) tem uma quota de 7,5% e a Eletricidade de Moçambique 2,5%.
A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros.
No final de 2022, a HCB contava com 780 trabalhadores e registou então lucros de 9.207 milhões de meticais (135 milhões de euros), mais 9,3% face a 2021.