Por LUSA
O candidato presidencial apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, considerou que o país foi mal governado durante os dois mandatos do atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, acusando-o de responsabilidade pelas tensões sociais no país.
“Quando uma governação é mal feita, quando uma governação não corresponde às expetativas das populações, quando uma governação não resolve os problemas básicos das populações estamos a viver greve aqui, greve acolá”, afirmou Lutero Simango, que também lidera o terceiro maior partido do país, em entrevista à Lusa.
Simango, que é candidato à sucessão de Filipe Nyusi nas eleições gerais de 09 de outubro, assinalou que o país enfrenta crises na saúde, em que diz faltarem medicamentos, e na educação, com a sobrelotação de turmas e descontentamento dos professores, situações que têm conduzido a greves ou ameaças de greve na função pública.
“Este é o resultado da má governação. Este é o resultado da incapacidade do Governo de atender às necessidades básicas das populações”, referiu.
O presidente do MDM defendeu que a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) tem-se mostrado impotente para satisfazer as necessidades da população moçambicana, desde a independência do país, em 1975.
“O único caminho é tirar este partido do poder. É, por isso, que nós falamos de mudanças. Eles já fizeram o que tinham que fazer. Eu, muitas vezes, considero o partido no poder, que é a Frelimo, um produto fora do prazo”, salientou Lutero Simango.
Moçambique, prosseguiu, precisa de alternância democrática, para encontrar soluções à altura das expetativas do país.
“Nós falamos em mudanças, como condição necessária para iniciarmos todo um processo de reformas do nosso Estado”, sublinhou.
Moçambique realiza em 09 de outubro as eleições gerais, incluindo presidenciais, legislativas e provinciais.
O atual Presidente da República, Filipe Nyusi, não vai concorrer no escrutínio, por já ter atingido o limite constitucional de dois mandatos.
Concorrem ao cargo, ainda, Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, Ossufo Momade, apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição), e Venâncio Mondlane, que até maio passado era deputado e membro da Renamo.