Por LUSAOito grupos de cidadãos concorrem este ano às eleições autárquicas em Moçambique e três apresentam-se na Beira, a terceira principal cidade do país, com preocupações voltadas para a pessoa com deficiência, trabalhadores informais ou juventude.“O município da Beira possui novas infraestruturas, mas na sua maioria não possuem nem sequer rampa para pessoas com deficiência os visite. A título de exemplo, no novo edifício da Assembleia Municipal, o arquiteto não projetou a contar com pessoas com deficiência, então nos vamos lá para exigir estes direitos”, começou por explicar à Lusa Bernardo João, cabeça-de-lista da Associação dos Deficientes de Moçambique (Ademo) aquela autarquia.Cumprir com os direitos das pessoas com deficiência na Beira, capital da província central de Sofala, constitui o motivo principal da candidatura municipal deste grupo de cidadãos. A falta de emprego e de apoios, o estigma e a discriminação na sociedade, são outras preocupações que a Ademo leva nesta campanha porta a porta, com cartazes que alertam para estas dificuldades, que querem depois de 11 outubro levar à assembleia municipal.“Acabam violando os nossos direitos porque nós não estamos lá”, admitiu Bernardo João.Mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos — cinco nas eleições autárquicas anteriores – iniciaram em 26 de setembro a campanha eleitoral para as sextas autárquicas moçambicanas de 11 de outubro, por entre apelos a um processo pacífico.Destes oito grupos de cidadãos, três concorrem na Beira. Além da Ademo, também a Associação de Trabalhadores Informais de Moçambique (Astimo) avança para estas eleições, o mesmo acontecendo com a Associação para o Desenvolvimento da Infância e a Juventude na Comunidade (Acriajuda), cuja lista é liderada por Leoninove Felisberto Dias.“Muitas das vezes somos esquecidos pelos nossos políticos, governantes, os nossos choros não são ouvidos, então a nossa candidatura tem em vista levar este problema aos ouvidos do povo e dos nossos governantes. Vamos dar voz a quem não tem voz”, explica o cabeça-de-lista da Acriajuda à autarquia da Beira.Além da Beira, a Acriajuda concorre igualmente, nestas eleições, em Quelimane, capital da província da Zambézia.“Viemos com o intuito de identificar as falhas e reforçar que as promessas não foram cumpridas à juventude”, assume ainda o candidato da Acriajuda, que assume que o objetivo não é controlar o município da Beira.“É sim proteger os interesses do povo na tomada de decisões internas e externas à autarquia, cientes de que nos últimos anos a população tem sido desapontada pelos partidos políticos, que não cumpriram as promessas enunciadas nos seus manifestos eleitorais”, desabafa.Mais de 8,7 milhões de eleitores moçambicanos estão inscritos para votar nas sextas eleições autárquicas, segundo dados anteriores da Comissão Nacional de Eleições.Nas eleições autárquicas de 2018, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove – a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em oito e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em uma, precisamente na Beira.
Moçambique/Eleições: Grupos de cidadãos concorrem à Beira preocupados com deficiência e juventude
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