Por LUSA
O candidato presidencial Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), pediu hoje que o ambiente de “festa” da campanha das eleições gerais continue na votação e que o processo eleitoral siga “sem violência”.
“Conseguimos perceber que durante a campanha eleitoral todos os moçambicanos estiveram em festa, por isso a campanha foi ordeira, pacífica, sem violência. E o nosso apelo é que continuemos assim durante o dia de hoje e mesmo depois de encerrar as urnas e durante o processamento dos resultados, ou melhor, a contagem, mas também depois da divulgação dos resultados”, disse o candidato, após votar em Inhambane, sul do país.
“Que seja um momento de festa para todos moçambicanos, do Rovuma a Maputo, dos 30 anos da democracia multipartidária e que todos nós possamos chegar ao fim e dizer que estas eleições foram eleições livres, justas e transparentes”, sublinhou em declarações aos jornalistas, após a votação, cerca das 07:30 locais (06:30 em Lisboa).
Daniel Chapo, um dos quatro candidatos à sucessão de Filipe Nyusi como chefe de Estado nestas eleições gerais, reforçou o apelo ao voto: “Agradecer a toda a população moçambicana por esta oportunidade que temos hoje, que é um direito e ao mesmo tempo um dever, de ser eleito e de eleger. Pedir para que todos eleitores possam-se fazer hoje às urnas para exercerem este direito de votar e aqueles que também vão ser eleitos também têm este direito”.
As eleições gerais de hoje incluem as sétimas presidenciais – às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos – em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.
Chapo apelou ainda a que a votação decorra “num ambiente de festa”.
“Não fiquemos em casa, que não haja abstenções, que todos aqueles que se recensearam, que estão em idade eleitoral possam se deslocar de casa ou de qualquer outro local onde se encontram para irem votar, tanto a nível nacional, como aqueles nossos irmãos que se encontram na diáspora”, pediu.
As mesas de votação nas eleições gerais moçambicanas começaram a abrir às 07:00 (06:00 em Lisboa) de hoje, com ligeiros atrasos em alguns pontos, e vão funcionar até às 18:00.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) recenseou 17.163.686 eleitores para esta votação, incluindo 333.839 que vão votar em sete países africanos e dois europeus.
Além de Daniel Chapo, concorrem à Presidência da República Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceira força parlamentar), Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido extraparlamentar Podemos, e Ossufo Momade, com o apoio da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição).
A publicação dos resultados da eleição presidencial pela CNE, caso não haja segunda volta, demora até 15 dias, antes de seguirem para validação do Conselho Constitucional, que não tem prazos para proclamar os resultados oficiais após analisar eventuais recursos.
A votação inclui legislativas (250 deputados) e para assembleias provinciais e respetivos governadores de província, neste caso com 794 mandatos a distribuir. A CNE aprovou listas de 35 partidos políticos candidatas à Assembleia da República e 14 partidos políticos e grupos de cidadãos eleitores às assembleias provinciais.
As eleições contam com mais de 184.500 membros de mesas de voto, distribuídos pelos 154 distritos do país (180.075) e fora do país (4.436).
Em Moçambique vão funcionar 8.737 locais de voto e no estrangeiro 334, correspondendo a 25.725 mesas de assembleia de voto no país e 602 assembleias no exterior.