Por LUSA
O dinheiro físico a circular em Moçambique atingiu em maio o valor mais alto do ano, de 69.396 milhões de meticais (930 milhões de euro), tendo aumentando 6,5% no último ano, segundo dados do banco central.
De acordo com um relatório estatístico do Banco de Moçambique, o dinheiro em circulação no país tinha atingido em dezembro um máximo histórico de 71.512 milhões de meticais (958 milhões de euros), após aumentos mensais consecutivos desde março do ano passado, seguindo-se várias quedas consecutivas, apesar da entrada em circulação de uma nova série do metical, a moeda moçambicana.
A retirada de dinheiro de circulação é uma prática habitual da política monetária contracionista, de redução da oferta de moeda, normalmente utilizada pelos bancos centrais para conter a subida de preços.
Os preços em Moçambique sofreram nova deflação em junho, pelo terceiro mês consecutivo e a sétima em 14 meses, influenciada por alguns alimentos e combustíveis, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) noticiados pela Lusa em 10 de julho.
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) de junho do INE indica que Moçambique “registou uma queda de preços na ordem de 0,07%” face a maio, voltando a destacar-se o setor da alimentação e bebidas não alcoólicas, ao contribuir no total da variação mensal com 0,12 pontos percentuais negativos.
Trata-se da sétima deflação nos preços em Moçambique em pouco mais de um ano, depois de o IPC ter registado queda de preços de 0,11% em agosto, de 0,05% em julho, de 0,21% em junho e de 0,38% em maio, de 2024, além de 0,38% em abril e 0,36% em maio deste ano, repetida em junho (0,07%).
O INE refere igualmente que, quando comparado com 2024, o IPC indica uma subida de preços homóloga em junho de 4,15% (4,0% no final de maio e 3,99% em abril), influenciada sobretudo pelas divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas, bem como da de restaurantes, hotéis, cafés e similares, que aumentaram num ano 9,38% e 8,53%, respetivamente.
A inflação acumulada de 2024, segundo dados anteriores do INE, fixou-se nos 4,15%, que compara com os 5,3% de 2023, mas abaixo do pico de quase 13% atingido em julho de 2022.
O Governo prevê que Moçambique feche 2025 com uma inflação em torno de 7%.
Moçambique introduziu em 16 de junho de 2024 uma nova série de notas e moedas de metical, que vão substituir progressivamente as que circulam desde 2006, anunciou então o governador do banco central.
“Os bancos centrais tendem a fazer a revisão das suas notas e moedas em circulação a cada cinco anos, por forma a adequá-las às novas tendências de design, segurança e outros elementos contextuais”, explicou na altura Rogério Zandamela, justificando que a instituição “decidiu pela revisão das notas e moedas do metical”.
“A temática das notas e moedas do metical da série 2024 conserva presente a tradição do enaltecimento dos valores do nosso património cultural, histórico e faunístico”, afirmou.
A nova série, lançada no dia do metical — a moeda moçambicana foi lançada em 16 de junho de 1980 -, manteve as anteriores seis notas bancárias.
“As denominações de 1.000, 500 e 200 meticais em substrato de papel, e as denominações de 100, 50 e 20 meticais em substrato de polímero”, explicou Rogério Zandamela.
Já nas moedas, a nova série retirou as de 20 e cinco centavos, “mantendo-se as denominações de 10, cinco, dois e um metical, e as de 50, dez e um centavo”.
“As novas notas e moedas de metical circularão em simultâneo com as séries de notas e moedas emitidas desde 01 de julho de 2006, que continua igualmente a ter o curso legal obrigatório e poder liberatório pleno e ilimitado dentro do território nacional”, acrescentou o governador.