Por LUSA
O crédito à economia de Moçambique voltou a crescer em novembro, para 290.973 milhões de meticais (4.422 milhões de euros), um novo recorde, indicam dados do banco central.
Segundo dados de um relatório estatístico do Banco de Moçambique, este desempenho revela um crescimento de 0,5% em comparação com outubro, ultrapassando o pico de quase 289.478 milhões de meticais (4.399 milhões de euros) em setembro.
O crédito a particulares continua a liderar, voltando a acelerar em novembro para 98.234 milhões de meticais (1.492 milhões de euros), após máximos mensais consecutivos.
Segue-se o setor dos transportes e comunicações, cujo total de crédito concedido pela banca voltou a cair ligeiramente, para 24.827 milhões de meticais (377 milhões de euros), o comércio, com quase 24.623 milhões de meticais (374,2 milhões de euros), e a indústria transformadora, que recuou para 24.220 milhões de meticais (368 milhões de euros).
A taxa de juro de referência para o crédito em Moçambique desceu em janeiro mais 0,7 pontos percentuais, para 19%, o quarto corte mensal consecutivo, divulgou no início do mês a Associação Moçambicana de Bancos (AMB).
A taxa, conhecida como ‘prime rate’, atingiu um máximo de 24,1% em julho de 2023, valor que se manteve inalterado durante seis meses consecutivos, tendo começado a descer a partir de março de 2024.
As oscilações da ‘prime rate’ estão associadas à taxa de juro de política monetária (taxa MIMO, que influencia a fórmula de cálculo da ‘prime rate’) pelo banco central, para controlar a inflação.
O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique anunciou no final de novembro nova descida da taxa de juro de política monetária, designada por MIMO, de 13,5%, em vigor desde final de setembro, para 12,75%.
“Esta decisão é sustentada pela contínua consolidação das perspetivas da inflação em um dígito, no médio prazo, não obstante as incertezas quanto à duração da tensão pós-eleitoral e o seu impacto sobre os preços de bens e serviços”, justificou, em comunicado, o Banco de Moçambique, após a reunião do CPMO, que se realiza a cada dois meses.
A taxa de juro diretora estava fixada em 17,25% desde setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de janeiro de 2024
A próxima reunião do Comité está agendada para 27 de janeiro.