Por LUSA
O autarca eleito na capital de Moçambique, Razaque Manhique, pediu hoje a união de todos munícipes nos próximos cinco anos, prometendo uma gestão municipal virada para todos os cidadãos.
“Devemos todos juntar as nossas mãos para trabalharmos pela nossa cidade, tenho fé que melhores dias virão para a nossa cidade”, declarou à comunicação social Razaque Manhique, eleito pela lista da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) para um mandato de cinco anos em Maputo.
No total, na manhã de hoje, 71 novos membros da assembleia municipal da capital moçambicana tomaram posse, dos quais 37 são da Frelimo, 30 da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e quatro do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
O novo presidente do município de Maputo, que toma posse na tarde hoje, vai substituir o ‘veterano’ Eneias Comiche, 84 anos, economista com um longo currículo político eleito pela Frelimo, depois de uma disputa em que o seu principal oponente foi o político moçambicano Venâncio Mondlane, que liderou a lista da Renamo e que rejeita os resultados eleitorais.
“Esta é a cidade que todos nós queremos vê-la desenvolvida e só poderá acontecer com as nossas mãos juntas”, frisou o presidente eleito.
Razaque Manhique, um jurista de 41 anos, é apontado como uma aposta diferente da Frelimo, que sempre optou por candidatos politicamente mais experientes para a principal autarquia moçambicana.
O novo presidente do município da capital moçambicana vem das “bases” do partido no poder: foi primeiro secretário do comité da Frelimo na Cidade de Maputo, vice-presidente da Assembleia Municipal de Maputo e chefe da bancada da Frelimo naquele organismo.
Um total de 65 novos autarcas e membros das assembleias autárquicas moçambicanas tomaram hoje posse, na sequência das sextas eleições municipais realizadas em 11 de outubro último.
A Frelimo, partido no poder, vai governar em 60 das 65 autarquias, na sequência dos resultados do escrutínio de outubro, fortemente contestados pela oposição, que não reconheceu os resultados oficiais, e pela sociedade civil.
Desde o anúncio dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), a Renamo, maior partido da oposição, conduziu mais de 50 marchas de contestação, com registo de alguns episódios que culminaram em confrontos entre os simpatizantes do partido e as forças policiais, tendo algumas pessoas chegado a ser detidas e outras feridas.
A Renamo reclama vitória nas maiores cidades do país, incluindo Maputo, com base na contagem paralela através das atas e editais originais, mas foi declarada vencedora em apenas quatro municípios, metade dos que tinha anteriormente, enquanto o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política parlamentar, manteve o município da Beira.