Por LUSA
A atividade bancária em Moçambique voltou a acelerar no primeiro semestre do ano, face a 2023, com o ativo dos cerca de 15 bancos a crescer 8,4%, para 961.680 milhões de meticais (14.326 milhões de euros).
De acordo com o boletim de estabilidade financeira do Banco de Moçambique, divulgado hoje, “este desempenho reflete o aumento dos investimentos decorrentes das aplicações em instituições de crédito e dos ativos financeiros detidos para negociação”.
“O crescimento das aplicações em instituições de crédito resulta do aumento das operações do Mercado Monetário Interbancário, e de compra com acordo de revenda, assim como de aplicações efetuadas em outras instituições de crédito no estrangeiro e nas matrizes das próprias instituições”, adiantou o banco central.
No mesmo relatório é referido que “o aumento dos ativos financeiros detidos para negociação reflete a dinâmica dos títulos de dívida pública”, e que o “desempenho da carteira de crédito continua crucial para a evolução do produto bancário”, apesar da “contração em 4,87% registada no primeiro semestre de 2024, face a igual período de 2023”.
Já o passivo total do setor bancário fixou-se em 795.270 milhões de meticais (11.814 milhões de euros) no final de junho, um crescimento de 8,72% face ao mesmo período de 2023, sendo que os depósitos registaram uma redução de 1,47 pontos percentuais no seu peso, comparativamente a junho do ano passado, ao fixar-se em 82,69%, embora continuem “a ser a maior e a principal fonte de financiamento da atividade bancária”.
Os depósitos fixaram-se em 642.610 milhões de meticais (9.547 milhões de euros), equivalente a um crescimento de 10,64% face ao mês de junho de 2023, refletindo “principalmente a evolução dos depósitos de residentes, decorrente da dinâmica concorrencial do mercado na captação de recursos”.
“O setor bancário manteve-se rentável e estável, com níveis de capitalização e liquidez adequados, e rendibilidade satisfatória, durante o primeiro semestre de 2024. Nesse contexto, o rácio de solvabilidade global fixou-se em 26,33%, cifra acima do mínimo regulamentar de 12,00% e com capacidade de assegurar a manutenção de reservas de capital adicionais para a cobertura de eventuais choques e desequilíbrios financeiros”, concluiu o banco central.