Por LUSA
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inam) de Moçambique alertou hoje para a formação, junto a Madagáscar, de um sistema de baixa pressão atmosférica com potencial para evoluir para tempestade tropical nos próximos dias.
“Formou-se, a nordeste da ilha de Madagáscar, na bacia do sudoeste do Oceano Índico, um sistema de baixa pressão atmosférica, com potencial de evoluir ao estágio de Tempestade Tropical Moderada no dia 14 de janeiro de 2024, próximo a costa leste de Madagáscar”, refere o Inam, em comunicado.
Contudo, acrescenta, “ainda não constitui perigo para o canal de Moçambique bem como a parte continental” de Moçambique.
“O Inam continua a monitorar a evolução deste sistema e apela a população para que continue a acompanhar a informação meteorológica e os avisos difundidos pelas autoridades nacionais competentes”, conclui.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou, no final de setembro, à preparação da população e das entidades para os previsíveis efeitos do fenómeno ‘El Ninõ’ no país nos próximos meses, com previsões de chuvas acima do normal e focos de seca.
“A história repete-se. Então, temos de criar condições de resiliência. Nesse sentido, o Governo emitirá avisos regulares para manter a população informada e preparada para as condições climáticas que podem não ser favoráveis à vida, à produção ou às infraestruturas”, afirmou o chefe de Estado.
Filipe Nyusi avisou que as previsões indicam que o país vai voltar a “registar o fenómeno ‘El Ninõ'”, que “pode trazer chuvas normais com tendência para acima do normal no centro e norte do país, e chuvas normais com tendência para abaixo do normal, que podem originar alguns focos de seca, na região sul”.
“Isso exige que sejamos todos cautelosos e estejamos preparados para enfrentar este desafio causado pelas mudanças climáticas. Organizemo-nos. Chamo a atenção para que poupemos e reservemos água para o consumo e para o nosso gado”, alertou ainda.
“Este é um apelo que faço para todo o país. Portanto, estejamos atentos e sigamos as orientações para mitigar o impacto, evitando ou minimizando os danos e perdas, incluindo de vidas humanas, por um lado, por outro, que façamos uma gestão adequada e responsável de água, especialmente em momentos de escassez”, acrescentou, na mesma mensagem.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.
Já no primeiro trimestre do ano passado, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afetaram no país mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, segundo dados oficiais do Governo.