Por LUSA
O Partido da Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau tem dois congressos convocados, fruto de desentendimentos entre dirigentes, situação que o porta-voz da direção, Gabriel Yé, disse à Lusa estar a ser “provocada por alguém”.
“Essa pessoa está a tentar implementar a tática de dividir para melhor reinar”, afirmou Gabriel Yé, porta-voz da direção do PRS, encabeçada por Fernando Dias, presidente interino do partido.
Dias, vice do presidente eleito no último congresso, Alberto Nambeia, entretanto falecido em Portugal, em janeiro de 2023, tem sido criticado por um grupo de militantes do PRS que pedem o seu afastamento do cargo.
O grupo, liderado pelo atual ministro das Finanças, Ilidio Vieira Té, realizou na semana passada uma reunião do Conselho Nacional (órgão máximo entre congressos) e, entre outros assuntos, decidiu convocar um congresso extraordinário para o próximo dia 29.
A reunião magna, convocada pelo grupo que se autodenomina de os “Inconformados”, pretende eleger um novo líder do partido.
O grupo “elegeu” o veterano e um dos fundadores do PRS, Ibraima Sory Djaló, como presidente de uma comissão transitória para preparar o congresso extraordinário.
“O que se passa no PRS acontece também no PAIGC e no Madem. Dividir para melhor reinar”, disse Gabriel Yé, referindo-se a dois outros partidos guineenses, também a atravessar problemas internos, com militantes a questionar as respetivas direções.
Gabriel Yé adiantou que a “direção legítima do PRS”, liderada por Fernando Dias, convocou para o dia 22 o Conselho Nacional para, entre outros temas, indicar uma data para o congresso ordinário do partido.
O porta-voz de Fernando Dias afirmou que, nessa reunião, “serão chamados, um por um”, os nomes dos delegados “com mandato efetivo” no Conselho Nacional.
“Não será como no dito Conselho Nacional dos ‘Inconformados’ em que estavam lá pessoas que nem são militantes do PRS. Eles que apresentem a lista com os nomes de pessoas que estiveram nessa suposta reunião”, acrescentou.
Para o porta-voz do PRS, tudo o que se passa com os “três grandes partidos” vai no sentido de “buscar à força aliados” no âmbito das próximas eleições presidenciais.
Fernando Dias tem repetido que o “seu PRS” só decidirá “nos órgãos próprios e sem pressão de ninguém” qual o candidato a apoiar nas próximas presidenciais, ainda sem data marcada.
Dias tem acusado o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, de ser “autor da tentativa de desestabilização” do PRS.