Por LUSA
A Guiné-Bissau deverá realizar em abril de 2025 o quarto recenseamento geral da população e habitação, 16 anos após o último censo segundo o qual o país contava 1.449.230 habitantes, revelou o presidente do INE guineense.
A informação foi avançada à Lusa por Roberto Vieira, presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE) da Guiné-Bissau, que fazia o ponto de situação dos preparativos do recenseamento, que disse irá decorrer durante 21 dias, e pediu a colaboração da população.
O primeiro recenseamento geral da população guineense realizou-se em 1979, o segundo em 1991, o terceiro em 2009 e o quarto deveria ter tido lugar em 2019.
O presidente do INE observou que “por razões técnicas e financeiras” a Guiné-Bissau não consegue cumprir com as normas internacionais que determinam que o recenseamento geral da população deve ocorrer a cada dez anos.
Neste momento, assinalou Roberto Vieira, decorrem em todo o território nacional os trabalhos preliminares para a cartografia digitalizada, que vai decorrer durante os meses de novembro e dezembro de 2024 e janeiro e fevereiro de 2025.
Com o apoio de materiais adquiridos em Portugal, será feita a georreferenciação de todo o território guineense que consistirá em saber onde estão as habitações, nomeadamente casas, hospitais e centros de detenções de pessoas.
Para esta operação, o INE contratou 300 cartógrafos e para o recenseamento em si vai recrutar cinco mil agentes, precisou Roberto Vieira.
O responsável notou que a Guiné-Bissau necessitará de cerca de 18 milhões de dólares norte-americanos (cerca de 13,92 milhões de euros), dos quais, disse, o Banco Mundial já avançou com 15 milhões no âmbito do projeto de reforço do sistema estatístico nacional.
Roberto Vieira acredita que até ao mês de abril o país vai completar o valor do orçamento previsto para o recenseamento.
Neste momento, acrescentou Vieira, os técnicos estão a deparar-se com algumas dificuldades, nomeadamente a falta de colaboração da população urbana que se recusa a prestar depoimentos perante as questões dos inquiridores, disse.
“Exortamos a população a colaborar porque os dados a serem coletados são única e exclusivamente para apurar quantos somos e como vivemos, para permitir a tomada de melhores medidas para o bem-estar da população”, defendeu Roberto Vieira.
As outras dificuldades dos inquiridores prendem-se com a falta de cobertura da rede internet em todo o país e ainda a existência de vários pontos de difícil acesso, precisou o presidente do INE.