Por LUSA/RTP
A Frente Social da Guiné-Bissau, que engloba sindicatos da Educação e da Saúde, iniciou esta segunda-feira três dias de uma nova greve geral para exigir pagamento de salários em atraso, regularização dos profissionais e melhoria de condições laborais.
Yoyo João da Silva, porta-voz da Frente Social, indicou que a greve é observada por dois sindicatos do setor da Educação e outros tantos da Saúde.
O sindicalista pede desculpa ao povo guineense “pelos incómodos”, mas disse que a greve “foi avante” por falta de resposta do Governo a uma contraproposta apresentada pela Frente Social como fórmula para a resolução das exigências dos sindicatos.
“Após a primeira vaga de greve (em março) o Governo apresentou-nos uma contraproposta ao nosso caderno reivindicativo e nós decidimos apresentar a nossa visão de como os problemas podem ser resolvidos e o Governo não disse mais nada”, afirmou o porta-voz da Frente Social.
Os quatro sindicatos exigem, entre outros pontos, o pagamento de 11 meses de salários em atraso aos professores e técnicos da saúde, a efetivação de novos quadros contratados pelo Governo nos dois setores, a criação de um novo currículo escolar para as escolas públicas e ainda a melhoria de condições de trabalho.
João Yoyo da Silva adiantou que o Governo propôs que em vez de efetivação, os técnicos deviam ser contratados a termo certo, uma situação que a Frente Social rejeita.
“Estamos a falar de técnicos que estão a trabalhar há mais de cinco anos sem efetivação”, observou Yoyo da Silva, que aponta ainda para subsídios em atraso para professores e ainda subsídio de vela para técnicos de saúde.
O sindicalista precisou que nos hospitais e centros de saúde há serviço mínimo para casos urgentes e que algumas escolas estão a funcionar por não fazerem parte dos sindicatos em greve.
A Frente Social realizou, nos passados dias 18, 19 e 20 de março, uma greve geral com as mesmas reivindicações.