Por LUSA
A Guiné-Bissau tem 35,74 pontos em 100, abaixo da média do continente africano (45,39), na primeira edição do Índice de Prestação de Serviços Públicos (PSDI, sigla inglesa), divulgado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
Entre os 53 países avaliados, a Guiné-Bissau está em 48.º lugar na classificação liderada pelas ilhas Maurícias com 59,96 pontos, seguindo-se o Egipto (58,99) e a África do Sul (58,89).
Nas cinco dimensões avaliadas, a prestação de serviços públicos ao nível da soberania alimentar obteve a pontuação mais elevada, (49,03 pontos), sendo a única acima dos 40 pontos.
Seguem-se a inclusão socioeconómica (36,96), integração regional (36,13), energia e eletricidade (31,74) e industrialização (28,03).
“Verifica-se uma baixa satisfação com a qualidade dos serviços, tal como avaliado pelas famílias no inquérito de perceção da Guiné-Bissau: isto exige melhorias significativas na prestação de serviços”, acrescenta o BAD no relatório.
Entre os problemas que deve resolver, nomeadamente para se autossustentar em termos alimentares, o BAD indicou que, “apesar do seu enorme potencial, o setor agrícola enfrenta sérios desafios pela baixa produtividade, pelo acesso limitado às áreas de cultivo, deficientes mecanismos de comercialização dos produtos e pelos preços flutuantes dos alimentos”.
Outros aspetos críticos dos serviços públicos incluem “o acesso à água e ao saneamento limitado”, assim como um índice de acesso e qualidade dos cuidados de saúde “de 24,3 em 100, indicando muitas mortes evitáveis”, não fosse o “fraco acesso e qualidade dos cuidados médicos”.
O BAD apresentou o PSDI como “um recurso inovador que oferece informações valiosas para ajudar a impulsionar mudanças positivas na prestação de serviços públicos essenciais”.
“A urgência em abordar a prestação de serviços públicos em África é salientada pelo ritmo lento de melhoria da qualidade de vida dos africanos. No entanto, a qualidade dos serviços raramente é avaliada” e é essa “lacuna” que o novo índice pretende preencher, explicou a instituição.
Elaborado pelo Instituto Africano de Desenvolvimento — o ponto focal do grupo BAD para apoio ao desenvolvimento de capacidades institucionais nos seus países-membros regionais — em parceria com partes interessadas, o relatório pretende servir de “ponto de partida para discussões sobre como melhorar a transparência e a prestação de contas na prestação de serviços públicos. Será revisto e reformulado nos relatórios bienais subsequentes”, concluiu.