Por LUSA
A empresa russa Russal está interessada em construir uma ferrovia que irá ligar a Guiné-Bissau a vários países da África Ocidental, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Carlos Pinto Pereira.
O responsável falava à Lusa e a outros órgãos de comunicação social portugueses em Bissau, no âmbito do balanço da visita do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, à Rússia, na quinta-feira, em que assistiu, como convidado de honra, às celebrações do Dia da Vitória.
Carlos Pinto Pereira disse que a Russal aproveitou a presença de Sissoco Embaló para manifestar a intenção de, no futuro, ajudar a Guiné-Bissau a construir a sua ferrovia, bem como o porto de águas profundas na localidade de Buba.
Estes dois projetos são antigos e os sucessivos governos guineenses têm tentado arranjar parceiros para a sua materialização.
As duas infraestruturas, a serem construídas, poderiam também ajudar a ligar a Guiné-Bissau ao Mali, Burkina-Faso e o Níger, países que não contam com saídas para o mar, destacou Pinto Pereira.
Para já, adiantou o chefe da diplomacia guineense, a Russal, que tem um contrato com o Governo da Guiné-Bissau, vai avançar para a exploração de bauxite que existe na localidade de Boé, no leste do país.
Estudos do Governo guineense indicam que existe em Boé uma reserva de mais de 113 milhões de toneladas de bauxite, a principal fonte natural de alumínio.
Em 2007, o Governo guineense concedeu uma licença de exploração daquele minério à Bauxite Angola, uma empresa mista de direito angolano, que viria a interromper os trabalhos de prospeção, iniciados em abril de 2012, na sequência de um golpe de Estado na Guiné-Bissau.
Carlos Pinto Pereira indicou que a Russal fica com a concessão daquele minério por desistência de Angola e que ainda no decurso deste ano deverá retomar os trabalhos para a sua exploração.
Em relação ao porto de Buba e à ferrovia, a Russal admite participar na construção das duas infraestruturas, embora não as enquadre no projeto de exploração de bauxite, observou Pereira.
O MNE guineense também referiu que a empresa russa Lukoil vai, ainda este ano, realizar a primeira perfuração de poço de petróleo na expectativa de ver se terá valor comercial.
Carlos Pinto Pereira explicou que o bloco de prospeção onde a Lukoil vai realizar a perfuração já tinha sido pertença, em termos de licença, de várias outras empresas.