Por LUSA
O diretor-geral do Simão Mendes, hospital de referência da Guiné-Bissau, apelou ao Governo e aos sindicatos para chegarem a um entendimento e acabarem com a greve geral de dez dias no setor da saúde, iniciada segunda-feira.
Questionado pela Lusa sobre o nível do impacto da greve, Avito Mendes Pereira afirmou que o Hospital Simão Mendes tem dado assistência a todos os pacientes que aí se deslocam, mas lamentou que alguns técnicos não tenham comparecido aos serviços.
O diretor do maior centro médico da Guiné-Bissau afirmou que os serviços mínimos estão garantidos por profissionais que não aderiram à greve e que o atendimento “é aceitável, ainda que não seja normal”.
“É pena contamos com a boa vontade do Governo e dos sindicatos”, para que cheguem a um entendimento, disse Avito Mendes Pereira, aludindo a uma reunião ocorrida entre o ministro da Saúde, Pedro Tipote, e representantes da Frente Social, plataforma que convocou a greve.
Pereira lamentou que a greve tenha lugar numa altura em que o país vive o período das chuvas, que normalmente regista o pico da malária em crianças, e realçou a necessidade de as duas partes “serem patriotas”.
Sene Djassi, presidente da comissão negocial da greve, em representação da Frente Social, explicou à Lusa que a reunião com o ministro da Saúde não surtiu efeito, por este não ser o responsável pelo pagamento das dívidas.
“O ministro da Saúde dá a cara, mas não é quem paga, é o ministro das Finanças”, declarou Djassi, lembrando que a Frente Social assinou com o Governo um memorando de entendimento no dia 24 de março.
Entre vários outros pontos, a Frente Social reivindica o pagamento de 18 meses de salários aos chamados recém-contratados, técnicos admitidos recentemente nos serviços da Saúde, bem como a melhoria de condições laborais nos hospitais e centros de saúde.