Por LUSA
Mais de 50 pessoas foram detidas na região de Gabu, no leste da Guiné-Bissau, por suspeita de envolvimento numa alegada rede de tráfico de pessoas, disse fonte da Polícia Judiciária (PJ) guineense.
As detenções feitas na operação policial realizada na semana passada têm sido associadas nas redes sociais a uma alegada célula terrorista descoberta no leste do país, o que as autoridades guineenses desmentem, esclarecendo que o grupo seria uma rede de tráfico de seres humanos.
Fonte da PJ explicou à Lusa que, na semana passada, a pedido das autoridades da região de Gabu, a 200 quilómetros da capital guineense, a corporação policial participou na detenção de “mais de 50 pessoas” suspeitas de envolvimento nesta suposta rede de tráfico de seres humanos.
A PJ especificou que foram detidas 57 pessoas, entre as quais sete mulheres e uma criança de 14 anos e cinco supostos angariadores que foram presentes ao Ministério Público de Gabu.
A fonte da PJ esclareceu que “não foi encontrado nenhum indício de célula terrorista”.
“Trata-se mais de um caso de tráfico de seres humanos, de pessoas aliciadas de outros países, do que qualquer coisa ligada ao terrorismo”, disse a fonte da PJ.
Nas redes sociais e nalguns órgãos de comunicação social guineense circularam relatos que apontavam que as autoridades teriam desmantelado em Gabu uma alegada célula terrorista de indivíduos originários de países vizinhos e que estariam a receber treino militar.
A fonte da PJ acrescentou que se trata de pessoas originárias do Mali e da Guiné-Conacri e que se dedicavam ao aliciamento de cidadãos, na sua maioria jovens, daqueles países com a promessa de que poderiam obter trabalho na Guiné-Bissau.
“A pessoa que estava no Mali ou na Guiné-Conacri é aliciada por indivíduos desta rede, mediante o pagamento adiantado de um valor em dinheiro. Chegada à Guiné-Bissau a pessoa era obrigada a trabalhar para os angariadores”, adiantou a mesma fonte.
As autoridades acreditam que a rede poderá ter outras células noutros lugares da Guiné-Bissau como acontece em quase todos os países da África subsariana, segundo referiu a fonte.
Sobre os relatos que indicam que os supostos terroristas faziam treino militar na antiga pista de aviação de Gabu, no centro daquela cidade, a fonte da PJ afirmou que todos os indícios apontam no sentido de que alguns dos angariadores costumavam praticar artes marciais durante a noite ou ao amanhecer.