Por LUSA
A Guiné-Bissau vai apresentar, em fevereiro, a candidatura das ilhas Bijagós a Património Mundial da Humanidade, anunciou a diretora-geral do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), Aissa Regalla de Barros.
Trata-se do relançamento de uma intenção do país africano que, em 2017, fez a primeira tentativa para ver reconhecida pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) a riqueza das 88 ilhas do arquipélago das Bijagós.
“A candidatura vai ser apresentada em fevereiro de 2024, o dossiê já está pronto, faltam um ou dois documentos para completar e temos o suporte de muitos parceiros”, afirmou a responsável do instituto que gere este património que é já área protegida e Reserva da Biosfera, um selo também da UNESCO.
Como explicou, a primeira candidatura, em 2017, foi indeferida, “mas com algumas orientações da comissão da UNESCO” sobre decretos em falta e maior envolvimento da comunidade e do Estado neste processo.
“Nós tentámos tomar em consideração todas as recomendações e agora já temos um dossiê mais composto e pensamos que vamos apresentar e desta vez vai ser aceite”, considerou a diretora do IBAP.
Aissa Regalla de Barros falava à margem de uma cerimónia de oferta ao IBAP de um drone submarino doado no âmbito de uma expedição às ilhas com velejadores de cinco nacionalidades, que teve início na ilha da Madeira, em Portugal.
O drone destina-se a monitorizar o lixo arrastado de outras zonas pelas correntes do Atlântico para as ilhas e que tem sido também motivo de reparo pelas entidades que analisam e decidem a candidatura.
As autoridades guineenses garantem estar a desenvolver ações para combater o problema e valorizar o arquipélago, no oceano Atlântico, considerado “um paraíso” pelas paisagens naturais e variedade de espécies.
“Bijagós já é um sítio de património, temos só necessidade de oficializar esse processo. Acolhe espécies que vêm de toda a parte do mundo, do Norte, do Ártico, as tartarugas que atravessam o Atlântico, então é uma bemba (variedade) de vida. Este processo de oficialização da candidatura é só uma etapa”, considerou.
A diretora-geral da UNESCO, a francesa Audrey Azoulay, tinha anunciado, em janeiro, ao chefe do Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, a abertura da organização em apoiar a candidatura das ilhas Bijagós a património mundial.
O arquipélago dos Bijagós é uma parte do território marinho e costeiro da Guiné-Bissau, constituída por 88 ilhas e ilhéus, 20 das quais habitadas, numa extensão de 2,6 quilómetros quadrados, albergando cerca de 33 mil habitantes.