Por LUSA
O governador do Banco de Moçambique disse hoje que as reservas de moeda estrangeira do país são “confortáveis”, cobrindo atualmente as necessidades de cinco meses de importações de bens e serviços, e garantiu que não são para “queimar”.
“Não vamos queimar reserva e não estamos a queimar reserva. Elas continuam ali para permitir o funcionamento normal do nosso país e das nossas instituições”, disse o governador, Rogério Zandamela, durante o 49.º conselho consultivo do Banco de Moçambique, que decorre em Maputo, ao apontar as perspetivas económicas para o país no médio prazo.
“Perspetivámos igualmente que as nossas reservas, que eu disse que hoje estão acima de cinco meses em termos de cobertura de importação, se mantenham em níveis confortáveis”, afirmou.
Os empresários moçambicanos têm insistido na necessidade de o banco central aliviar os coeficientes de reservas obrigatórias em moeda estrangeira, que obrigam atualmente os bancos a depositarem 39,5% do total no banco central, quando em 2022 era de 11,5%, face à falta de divisas no mercado interno.
Na avaliação que fez ao desempenho macroeconómico e financeiro do país, Zandamela recordou que no segundo trimestre de 2024 o Produto Interno Bruto “expandiu-se em 4,5%, fundamentado essencialmente pelo desempenho da indústria extrativa”.
“A inflação anual manteve a tendência de desaceleração, fixando-se em 2,5% em setembro último, que é o último número registado, após 5% em dezembro de 2023. Estamos a falar de uma inflação baixa, direi muito baixa, do ponto de vista histórico”, disse.
Rogério Zandamela sublinhou igualmente “uma melhoria do défice da conta corrente em 14% no primeiro semestre do presente do ano” e garantiu que o setor bancário “permanece sólido, bem capitalizado, bem líquido e com altos níveis de rentabilidade, registando rácios de solvabilidade de quase 26% e de liquidez de 49%”.
Segundo o governador, estão “ambos acima dos níveis regulamentais”, quase o dobro desses níveis, o que são “boas notícias”.