Por LUSA
A sexta conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa vai decorrer entre 21 e 23 de abril, após vários adiamentos, foi hoje anunciado.
A conferência de três dias vai incluir a assinatura do plano de ação do organismo, mais conhecido como Fórum de Macau, até 2027, e o Encontro de Empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa, lê-se num comunicado.
O evento vai “identificar as principais áreas da cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa nos próximos três anos e dinamizar o papel de Macau enquanto plataforma de serviços” entre os dois blocos, disse o Fórum.
Cinco conferências ministeriais foram realizadas no território em 2003, 2006, 2010, 2013 e 2016, durante as quais foram aprovados Planos de Ação para a Cooperação Económica e Comercial.
Inicialmente prevista para 2019, a sexta conferência ministerial foi adiada para junho de 2020, devido às eleições para a Assembleia Legislativa de Macau, mas com a pandemia da covid-19 acabou por não se realizar.
A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003 e, nesse mesmo ano, criou o Fórum de Macau.
O Secretariado Permanente do Fórum integra o secretário-geral, o chinês Ji Xianzheng e três secretários-gerais adjuntos: o timorense Danilo Afonso Henriques (indicado pelos países lusófonos), Xie Ying (nomeada pela China) e Casimiro de Jesus Pinto (nomeado por Macau).
O Secretariado Permanente inclui ainda nove delegados dos países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
As Linhas de Ação Governativa (LAG) de Macau para 2024, divulgadas em novembro, já tinham referido o regresso do Encontro de Empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa, após quatro anos de interregno devido à pandemia.
Dirigentes de Macau irão “aos países de língua portuguesa para participação nos eventos relacionados” com o encontro empresarial sino-lusófono, de acordo com o documento.
As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para a China atingiram 147,5 mil milhões de dólares (136,1 mil milhões de euros) no ano passado, num novo recorde histórico, de acordo com dados oficiais.
Este é o valor mais elevado desde que o Fórum de Macau começou a apresentar este tipo de dados dos Serviços de Alfândega da China, em 2013.
As exportações aumentaram 6,2% em comparação com 2022, sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas subiram 11,9%, para 122,4 mil milhões de dólares (112,9 mil milhões de euros), um novo máximo histórico.