Por LUSA
A taxa de desemprego em Cabo Verde situou-se em 10,3%, em 2023, uma redução de 0,7 pontos percentuais em relação a 2022, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em termos absolutos, a taxa representa 21.853 pessoas desempregadas, de um universo total de 212.313 com mais de 15 anos que representam a população ativa das nove ilhas habitadas do arquipélago.
A maior parte da população empregada (190.461 pessoas) são homens (57%) e a atividade económica é dominada pelo ramo “comércio, reparações de automóveis e motociclos”, já que “cerca de 16,6% dos empregados com idade de 15 anos ou mais trabalharam neste ramo de atividade”, indica o INE.
Seguem-se os ramos de construção (12%) e administração pública (9,9%).
O ramo de alojamento e restauração absorve 9,7% dos empregados.
As ilhas do Sal e Boa Vista continuam a ter as maiores taxas de emprego, 65,1% e 64,6%, respetivamente, seguindo-se os concelhos da Praia (55,3%) e São Vicente (55,1%).
Do lado oposto, os concelhos de São Lourenço dos Órgãos, Santa Catarina e São Domingos, todos na ilha de Santiago, registam as maiores taxas de desemprego do país, 17,7%, 17,5% e 17,2%, respetivamente.
O setor empresarial privado mantém a posição de maior dinamizador do mercado de trabalho em Cabo Verde, absorvendo 47,2% dos empregados, seguido da modalidade de trabalhador por conta própria, com 19,9%, e administração pública, que absorve 17,4%.
Os dados fazem parte do Inquérito Multi-objetivo Contínuo (IMC), que permitiu ainda apurar que 92.795 empregados trabalharam na informalidade, representando cerca de metade (48,7%) do total da população empregada.
O inquérito estimou ainda que haja cerca de 46 mil jovens entre os 15 e os 35 anos sem emprego e fora do sistema de ensino ou formação, representando 26,4% do total dos jovens nesta faixa etária.
O IMC tem periodicidade anual (desde 2011) e em 2023 foi realizado com uma amostra de 9.918 agregados familiares, distribuídos por todos os concelhos, durante os meses de novembro a dezembro.
Segundo o INE, a amostra apresenta um nível de confiança de 90%, para uma precisão relativa de 10%, no que respeita à estimativa da taxa de desemprego na população de 15 anos ou mais.