Por LUSA
O Governo de Cabo Verde prometeu, num encontro internacional de Líderes Azuis que decorreu em Bruxelas, reservar 30% do seu espaço marítimo internacional para áreas protegidas, anunciou hoje o executivo.
“Estamos empenhados em proteger os recifes de coral e promover os oceanos de acordo com princípios de sustentabilidade e preservação ambiental”, comprometeu-se o ministro do Mar cabo-verdiano, Abraão Vicente.
Cabo Verde foi o país convidado do encontro internacional de Líderes Azuis, dedicado à proteção dos oceanos, que decorreu na quinta-feira em Bruxelas, apresentando o trabalho realizado pelo país no âmbito da economia azul.
O ministro disse que o país vai fazer tudo para criar condições para que as suas águas sejam viveiros naturais e seguros para espécies pelágicas de grande porte.
“Juntos, temos o poder de moldar um mundo onde a natureza prospere, as comunidades prosperem e as gerações futuras herdem um planeta repleto de vida e prosperidade”, completou.
O arquipélago tem uma superfície de 4.033 quilómetros quadrados (km2), está espalhado por uma área de aproximadamente 87 milhas (140 km) de raio, com cerca de 1.000 km de costa e uma área marítima de responsabilidade nacional de 734.265 km2, que inclui as águas arquipelágicas, o mar territorial, a zona contígua e a Zona Económica Exclusiva.
Durante o evento, o ministro do Mar apresentou a experiência cabo-verdiana ao nível da economia azul — atividades relacionadas com os oceanos, da pesca ao turismo, entre outras — e sua relação com princípios de sustentabilidade.
Abraão Vicente reafirmou que Cabo Verde, como pequeno Estado insular, está “totalmente envolvido” na missão de proteger os mares.
“Devido às mudanças climáticas, somos chamados para a ação, não por escolha, mas por necessidade. Somos confrontados com uma realidade onde a saúde do nosso planeta está em jogo, onde o destino das comunidades vulneráveis oscila à beira da incerteza”, apelou.
A organização Líderes Azuis inclui 24 países — entre os quais, Portugal, o único lusófono — que apelam a ações urgentes para salvar o oceano global face à crise climática, à sobrepesca, à poluição e a outras ameaças.
O grupo nasceu durante a Cimeira do Clima de 2021 (COP26), altura em que os países constituintes assinaram uma declaração com dois princípios principais: estabelecer “uma nova meta global para proteger pelo menos 30% do oceano global até 2030” e “concluir rapidamente um novo tratado das Nações Unidas para conservar e proteger a biodiversidade no oceano além da jurisdição nacional”.
Depois de Bruxelas, o ministro cabo-verdiano vai estar em Lisboa, onde vai ser orador na 11.ª Cimeira Mundial dos Oceanos, que acontece de 11 a 13 de março na capital portuguesa.