Por LUSA
O presidente do PAICV, maior partido da oposição cabo-verdiana, afirmou que Cabo Verde vive “um retrocesso generalizado, com falhanços em todas as áreas”, e acusou o Governo de disfarçar a realidade, quando se aproximam as legislativas.
“O verdadeiro Estado da Nação é marcado por falhanços e retrocesso em todas as áreas. Não há barcos nem aviões suficientes. As ilhas estão cada vez mais desconectadas, o turismo não cresce como podia, a economia não avança e as famílias vivem separadas dos seus sonhos e das suas necessidades”, afirmou Francisco Carvalho, em conferência de imprensa.
O líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), eleito em 26 de maio, criticou a “intensa movimentação” do Movimento para a Democracia (MpD, poder), liderado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
“Justamente agora, no ano antes das eleições, o primeiro-ministro, os ministros e o presidente do MpD multiplicam as ações, como se fosse possível corrigir em poucos meses anos de atraso”, disse, acusando ainda o Governo de se apropriar “descaradamente” das ideias do PAICV.
“Isso só confirma que estamos no caminho certo”, acrescentou, afirmando que o PAICV está preparado para governar, com propostas “claras e realistas”, baseadas em estudos e na experiência de gestão.
As propostas apresentadas pelo PAICV “respondem ao que a sociedade cabo-verdiana mais reclama”.
Estas incluem baixar os preços das viagens internas (barco e avião), garantir acesso gratuito à universidade, consultas, medicamentos e exames a quem não pode pagar, promover um Estado mais eficiente, com mais concursos públicos e fiscalização.
O MpD confirmou em janeiro o apoio à recandidatura do atual primeiro-ministro, que deverá tentar um terceiro mandato, em 2026.
O debate sobre o Estado da Nação decorre hoje e assinala o encerramento do ano parlamentar.