Por LUSA
O vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, com a tutela das Finanças e Fomento Empresarial, disse ser necessária união e coragem para avançar com reformas no país, para que o desenvolvimento acelere e o arquipélago se transforme.
“É um desafio que exige uma coligação de lideranças, todos a trabalhar de forma acelerada para que Cabo Verde possa dar esse salto, sob liderança do Governo. Está ao nosso alcance, mas temos de tomar medidas com a coragem necessária que obriga a fazer coisas que as pessoas podem não gostar ou não perceber, no momento, e só vir a entender depois”, referiu Olavo Correia.
“Mas é para isso que as lideranças servem: não para consolidar ganhos incrementais, mas para criar disrupções, um novo quadro. Isso exige decisões, reformas, coragem, determinação, é o que estamos a procurar fazer” para que Cabo Verde possa “duplicar o potencial de crescimento económico” e “criar empregos qualificados e bem remunerados que o mercado exige”, acrescentou.
Olavo Correia falava numa conferência de imprensa com uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visitou o país e avaliou, de forma positiva, os programas de financiamento em curso.
Questionado sobre o que é que as pessoas podem não gostar, o vice-primeiro-ministro referiu que é difícil sair do ‘status-quo’, ou seja, de uma situação habitual, para algo novo.
“Se quisermos reformar, é preciso convencer as pessoas a passar do ‘status quo’ para o desconhecido. Não é fácil. Esse é o desafio da liderança, garantir confiança para que possam acompanhar o passo e avançar para algo desconhecido”, referiu.
Sem apontar medidas em concreto, o governante recorreu antes ao exemplo de alguém “que tem um carro normal”, chega a um ‘stand’ automóvel e recebe “um veículo automático”.
A partir do momento em que mudar, já não vai voltar atrás, mas para dar o salto “é um esforço enorme”, referiu Olavo Correia, acrescentando: “é o desafio da liderança”.
As declarações surgiram depois de, num dos pontos da avaliação do FMI, ser referido que se a reforma do Setor Empresarial do Estado não tiver sucesso, há empresas públicas que são um risco, por serem sustentadas por dívida pública.
“Foi bem referenciado, pela missão, que temos de acelerar as reformas. Não é só dizer, é fazer e fazer com escala”, referiu.
A equipa do FMI e as autoridades de Cabo Verde anunciaram um acordo quanto à avaliação dos dois programas a decorrer no arquipélago, dando luz verde a novos desembolsos.
O fundo melhorou ainda as estimativas de crescimento económico de Cabo Verde de 4,7% para 6% este ano e de 4,7% para 5% em 2025.