Por LUSA
O Governo de Cabo Verde vai disponibilizar no próximo ano mais recursos a associações e organizações para financiar os projetos que contribuem para a inclusão social, a redução e a eliminação da pobreza extrema, prometeu o primeiro-ministro.
“Realizámos um encontro com as ONG (organizações não-governamentais), associações e organizações religiosas que trabalham na área da ação social para podermos lançar um grande programa que vai ser operacionalizado no próximo ano, que é definirmos critérios de convergência da participação das ONG, associações e organizações religiosas”, afirmou Ulisses Correia e Silva, na Praia, após visitar as instituições e organizações da sociedade civil.
O chefe do Governo explicou que o objetivo do lançamento deste programa é atingir a redução e a eliminação da pobreza extrema até 2026, bem como aumentar a inclusão social, salientando que as associações devem estar devidamente registadas para terem uma “contribuição positiva”, que é a alocação de recursos.
“Nós queremos alocar mais recursos a projetos, mas já na sustentabilidade destas organizações, porque o resultado, em termos de retorno, é extremamente elevado para a sociedade, particularmente para a boa harmonização da ação social”, sublinhou.
O primeiro-ministro acrescentou que as pessoas com deficiência e várias outras organizações que trabalham nesta área e que garantem, através da educação, a inclusão social, vão beneficiar igualmente deste programa.
Ulisses Correia e Silva disse ainda que o Conselho de Ministros aprovou terça-feira um diploma relativamente a necessidades educativas especiais que vai envolver não só o sistema de ensino público e privado, mas também organizações que trabalham nesta área.
O objetivo é conseguir um “forte investimento” nos recursos humanos, em termos de professores, monitores capacitados para trabalhar com as necessidades educativas especiais, recursos curriculares, um conjunto de tecnologias adaptáveis, frisou.
Acrescentou que as associações e ONG que operam em diversas áreas de ação e inclusão social, relativamente a pessoas com deficiência, crianças, jovens, empoderamento de mulheres, idosos, merecem ser reconhecidas.
“Reconhecer em primeiro lugar o trabalho social que fazem, que é insubstituível, porque o Estado não pode estar presente e não consegue com eficiência dar respostas em todo sítio e em todas matérias. Portanto, é preciso trabalhar com as organizações da sociedade civil que fazem muito trabalho voluntário com sérias dificuldades, às vezes financeiras, mas fazem acontecer esses exemplos que nós temos estado a ver”, referiu.