Saltar para o conteúdo
    • Notícias
    • Desporto
    • Televisão
    • Rádio
    • RTP Play
    • RTP Palco
    • Zigzag Play
    • RTP Ensina
    • RTP Arquivos
RTP África
  • Programas
  • Notícias
  • Desporto
  • Vídeos
  • Programação

NO AR
PROGRAMAÇÃO a seguir
Imagem de CABO VERDE – Escravos, memórias do esclavagismo!
Notícias 12 nov, 2023, 15:17

CABO VERDE – Escravos, memórias do esclavagismo!

POR LUSA

O presidente do Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde mostra um livro de escravos libertados em 1856, parte das quatro caixas de documentação protegida, a candidatar este mês ao Registo Internacional da Memória do Mundo, da UNESCO.

“Uma vez que a escravatura foi formalmente abolida em 1878, acreditamos que estes serão os últimos registos oficias de escravos no país” explica José Maria Borges.

O livro está embrulhado, tal como o resto do conteúdo das quatro caixas, na sede do arquivo, na Praia.

Nas folhas acastanhadas e com marcas que revelam o peso dos anos, as tabelas manuscritas a tinta são totalmente legíveis: ao lado dos nomes mais compridos dos “senhores”, os proprietários, surgem os respetivos escravos, registados com um ou dois nomes, no máximo.

Marianne, da ilha Brava, Ginvefa, de Bissau, José Correa, da ilha do Fogo, cada qual caracterizado ao detalhe, “com a idade estimada, marcas étnicas, cor de cabelo e dos olhos”, tudo o que ajudasse aos seus senhores a identificá-los.

A candidatura inclui 12 livros destes e 72 folhas de documentos avulsos relativos à constituição e atividade da Comissão Mista Luso-Britânica para a abolição da escravatura, estabelecida em 1842 na ilha da Boavista, para travar o tráfico.

“Nós temos outra documentação relativa à escravatura, noutros fundos. Optámos por esta, por ter informações pertinentes”, explica José Maria Borges, enquanto separa os cordéis que permitem abrir alguns dos outros embrulhos com os documentos avulsos da comissão.

“Cabo Verde, pela sua situação geográfica”, no meio do Atlântico, “era confrontado com barcos piratas”, pelo que as coroas britânica e portuguesa criaram uma força conjunta que pode ter sido uma forma “embrionária da vigilância marítima” que hoje existe.

Entre os documentos relativos a esta comissão, estão regulamentos e descrições de apreensão de embarcações, julgamentos de casos intercetados, informação sobre libertação de escravos e “instruções para navios da marinha de guerra que faziam o controle”.

As quatro caixas são uma amostra de toda a informação que ainda pode ser investigada no arquivo cabo-verdiano.

“Um historiador, filho de descendentes cabo-verdianos nos EUA, está agora no arquivo a fazer uma pesquisa sobre escravatura. Há boa informação que poderá ser tratada por todos aqueles que se interessam por esta temática e não só: dá pistas sobre a constituição da própria sociedade cabo-verdiana”, acrescenta.

Segundo José Maria Borges, “o país foi parte importante na história da humanidade, pela sua localização e pela importância que o tráfico negreiro tinha”, considerando que é importante Cabo Verde conhecer o seu próprio “percurso enquanto povo, que surgiu da mistura entre duas grandes realidades, europeia e africana”.

“É bom conhecermos todo o percurso, até chegarmos onde estamos: não foi sempre fácil, mas é algo que faz parte da nossa história, não temos de escondê-la ou negá-la, é preciso conhecê-la. Até para se conviver melhor com o nosso dia-a-dia”, disse.

José Maria Borges encontra paralelos entre o contexto da escravatura e “os problemas de difícil convivência entre povos” da atualidade, que têm levado a guerras na Europa e Médio Oriente.

“Os problemas são recorrentes, o passado tem estado a acompanhar-nos e, tal como na altura se soube dar resposta”, com uma comissão mista, disse, manifestando a esperança de que “também que as lideranças globais vão conseguir dar resposta e criar pontes para responder às salvaguardas das pessoas” e dos direitos humanos no presente.

A documentação que vai ser candidatada faz parte do fundo documental da Secretaria Geral do Governo cabo-verdiano, o mais consultado do arquivo, e a candidatura à UNESCO levou um ano a ser preparada.

O trabalho decorreu no âmbito da Comissão Nacional de Memória do Mundo — de que o Arquivo Nacional faz parte –, que está também a terminar a candidatura de escritos de Amílcar Cabral, propostos pela Fundação com o mesmo nome do líder histórico das independências da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.

Pode também gostar

Imagem de São Tomé e Príncipe e o Ruanda querem materializar o acordo de ligação aérea entre os dois países

São Tomé e Príncipe e o Ruanda querem materializar o acordo de ligação aérea entre os dois países

Imagem de Moçambique – Mia Couto defende a paz no mundo e apela ao entendimento entre os humanos 

Moçambique – Mia Couto defende a paz no mundo e apela ao entendimento entre os humanos 

Imagem de Guiné-Bissau – PR inicia visita à China com cooperação na agenda

Guiné-Bissau – PR inicia visita à China com cooperação na agenda

Imagem de Guiné-Bissau – Governo perspetiva validação da estratégia nacional de desenvolvimento do capital humano

Guiné-Bissau – Governo perspetiva validação da estratégia nacional de desenvolvimento do capital humano

Imagem de Moçambique/Eleições – Presidente exonera cinco ministros eleitos deputados

Moçambique/Eleições – Presidente exonera cinco ministros eleitos deputados

Imagem de Cabo Verde vai apresentar candidatura do Campo de Concentração do Tarrafal a Património da UNESCO

Cabo Verde vai apresentar candidatura do Campo de Concentração do Tarrafal a Património da UNESCO

Imagem de Moçambique – Mais de 2 milhões de pessoas estarão em situação de carência alimentar

Moçambique – Mais de 2 milhões de pessoas estarão em situação de carência alimentar

Imagem de GUINÉ-BISSAU – Apoio prevê transferências regulares para famílias pobres permitindo investimento em áreas chave

GUINÉ-BISSAU – Apoio prevê transferências regulares para famílias pobres permitindo investimento em áreas chave

Imagem de Guiné-Bissau – PRS decide denunciar voluntariamente o contrato de arrendamento da sede em Bissau

Guiné-Bissau – PRS decide denunciar voluntariamente o contrato de arrendamento da sede em Bissau

Imagem de São Tomé e Príncipe – Autoridades pretendem valorizar os pequenos produtores e promover a justiça social

São Tomé e Príncipe – Autoridades pretendem valorizar os pequenos produtores e promover a justiça social

PUB
RTP África

Siga-nos nas redes sociais

Siga-nos nas redes sociais

  • Aceder ao Facebook da RTP África

Instale a aplicação RTP Play

  • Descarregar a aplicação RTP Play da Apple Store
  • Descarregar a aplicação RTP Play do Google Play
  • Contactos
  • Programação
Logo RTP RTP
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • flickr
    • NOTÍCIAS
    • DESPORTO
    • TELEVISÃO
    • RÁDIO
    • RTP ARQUIVOS
    • RTP Ensina
    • RTP PLAY
      • EM DIRETO
      • REVER PROGRAMAS
    • CONCURSOS
      • Perguntas frequentes
      • Contactos
    • CONTACTOS
    • Provedora do Telespectador
    • Provedora do Ouvinte
    • ACESSIBILIDADES
    • Satélites
    • A EMPRESA
    • CONSELHO GERAL INDEPENDENTE
    • CONSELHO DE OPINIÃO
    • CONTRATO DE CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO E TELEVISÃO
    • RGPD
      • Gestão das definições de Cookies
Política de Privacidade | Política de Cookies | Termos e Condições | Publicidade
© RTP, Rádio e Televisão de Portugal 2025