Por LUSA
Cabo Verde, África do Sul, Marrocos, Tunísia, Tanzânia e Maurícias são os países africanos onde as informações turísticas estão mais atualizadas e disponíveis, segundo um relatório da Universidade Nova School of Business and Economics hoje divulgado.
O relatório “Ecossistema de Dados do Turismo em África — Desafios e Oportunidades para um Crescimento Sustentável” está disponível na plataforma WiTH Africa, uma iniciativa da Nova SBE, de 2022, que resulta de uma parceria entre o Nova SBE Data Science Knowledge Center e o Nova SBE Westmont Institute of Tourism & Hospitality, afirma a universidade em comunicado à imprensa.
A plataforma WiTH Africa serve para “avaliar o estado do fornecimento de dados pela agência nacional de estatísticas de cada país africano e para analisar os dados de turismo disponíveis, a frequência de publicação e os websites onde os mesmos são disponibilizados”, segundo o comunicado.
Os países são classificados, com pontuações, através do sistema ‘Ease of Access Score’, desenvolvido pela plataforma.
O estudo “identifica que os extremos norte e sul do continente africano concentram os países que lideram o pódio da maior e melhor acessibilidade de dados estatísticos conseguindo apenas 6 países (Cabo Verde, África do Sul, Marrocos, Tunísia, Tanzânia e Maurícias) a pontuação mais elevada (4 na escala de 0 a 4)”.
Segundo o estudo apresentado, existem diferenças acentuadas no continente: Se no sul e no norte estão as melhores classificações, os restantes países foram classificados apenas como “moderados”.
Marrocos e Tunísia, na região norte, são os países que registam maior acessibilidade e atualizações mais recentes enquanto na região sul o destaque vai para a África do Sul, que disponibiliza relatórios estatísticos anuais.
Na África Central, a República Centro-Africana não regista quaisquer dados de turismo, assim como o Gabão, enquanto a República Democrática do Congo revelou ter bons acessos e atualizações recentes.
Na África Ocidental, Cabo Verde lidera os países com maior e melhor acessibilidade aos dados, que são disponibilizados num portal web, seguido do Burkina Faso e Serra Leoa.
No leste do continente, Tanzânia e Maurícias lideram na acessibilidade, contrariamente à Somália e ao Burundi que enfrentam inúmeros desafios na atualização de dados, sendo de destacar que em 2014 foi a data do último registo de dados no Burundi.
Embora plataformas como a Open Data for Africa (ODFA) tenham promovido a partilha de dados entre os países africanos e organizações como a UNWTO – Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas – tenham sido fornecedores de dados importantes, os dados recolhidos no presente relatório permitem aferir que “há uma necessidade urgente de investimentos internos para alargar as fontes de dados e diminuir a dependência externa”.
“O turismo é uma das atividades com maior potencial para acelerar o desenvolvimento nos países africanos”, declarou, no comunicado, o professor adjunto da Nova SBE, e membro fundador do WiTH Africa, Sérgio Guerreiro.
Segundo o professor, o objetivo é oferecer conhecimento adquirido e “contribuir para esta agenda” (de desenvolvimento turístico).