Por LUSA
O Banco de Cabo Verde (BCV) reviu hoje em alta as previsões de crescimento da economia do arquipélago para este ano (6,1%) e para 2025 (5,6%), sobretudo devido ao impulso acima do esperado do setor do turismo.
Em abril, as estimativas apontavam para um crescimento de 5%. “(Contudo) os últimos dados indicam que vamos ter, em 2024, um crescimento de 6,1%, que é suportado do lado da procura pela exportação de serviços e pela dinâmica do consumo privado”, referiu o governador, Óscar Santos, em conferência de imprensa, na Praia.
Para 2025 e 2026, “o BCV projeta um crescimento mais moderado, em torno de 5,6% e 5,3%”, respetivamente, “mesmo assim, ligeiramente acima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) potencial” – e acima da previsão de 5,4% para 2025, feita em abril.
“Esta evolução mais moderada em 2025 e 2026 deverá refletir, em grande medida, o menor contributo da procura externa líquida para o crescimento do PIB”, ou seja, uma moderação que deixa antever um risco de a visita de turistas europeus se refrear, dependendo das condições monetárias no continente.
As taxas de inflação médias previstas para 2024 e 2025 foram, ambas, revistas em baixa, “traduzindo, essencialmente, a incorporação dos dados mais recentes, revelando uma redução dos preços a um ritmo mais rápido do que o esperado”, disse.
Prevê-se que a taxa de inflação média anual seja de 1,1% em 2024 e continue a diminuir para 0,8% em 2025 e 2026.
As previsões do BCV são mais otimistas que as do Governo, aquando da elaboração do Orçamento de Estado para 2025, em discussão no parlamento: o executivo espera que o PIB cresça até 5,3% em 2025 — ultrapassando o valor nominal equivalente a 2,5 mil milhões de euros — e que a inflação ronde 1,7% no próximo ano.
A revisão dos indicadores macroeconómicos pelo BCV foi divulgada hoje, a par do anúncio das novas taxas após reunião do Comité de Política Monetária.
O banco central anunciou que vai aumentar as principais taxas de juro em 25 pontos base, para se alinhar com a zona euro e desincentivar a saída de capitais.
A taxa diretora sobe para 1,75%, a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez passa para 2%, enquanto a taxa de absorção de liquidez sobe para 1,2% e a taxa de redesconto para 2,75%, com efeitos a partir de 18 de novembro.
O coeficiente das disponibilidades mínimas de caixa mantém-se em 10%.