Por LUSA
Transportadores rodoviários angolanos de mercadorias no corredor logístico Luanda-Luvo-Noqui (Angola) e a República Democrática do Congo anunciaram uma paralisação por tempo indeterminado, a partir de sábado, em protesto contra as altas taxas aduaneiras cobradas pela RDCongo.
De acordo com a Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola (ATROMA), a paralisação dos seus associados vai acontecer no posto de contenção aduaneiro de Nkoko, comuna do Luvo, município de Mbanza Congo, província angolana do Zaire, zona fronteiriça com a República Democrática do Congo (RDCongo).
A paralisação, “por tempo indeterminado, é resultante do triste cenário que a classe tem enfrentado devido às constantes alterações e altas taxas aduaneiras praticadas pelas autoridades congolesas em comparação com as angolanas”, refere a ATROMA, em comunicado hoje divulgado.
A associação dos transportadores rodoviários reconhece, ao mesmo tempo, que a paralisação deve beliscar o setor logístico de Angola e RDCongo, em particular na província angolana de Cabinda, “uma vez que 70% das mercadorias transportadas no corredor destina-se para Cabinda e o restante para a RDCongo”.
Segundo a ATROMA, num passado recente mais de 30 camiões angolanos com produtos diversos, dentre eles materiais para a construção da Refinaria de Cabinda, estiveram retidos no país vizinho e foram obrigados a pagar 3.000 dólares (2,7 mil euros), contra os 100 dólares que os operadores congoleses pagam em Angola.
A Lusa contactou a direção da ATROMA, mas esta mostrou-se indisponível para prestar esclarecimentos adicionais sobre as motivações da anunciada paralisação.